Na tarde deste sábado, 3, agentes penitenciários desconfiaram de uma movimentação estranha em um dos pavilhões do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen). No início da noite, depois da visita, agentes resolveram entrar em uma cela e encontraram um túnel com cerca de 10 metros de comprimento que estava sendo cavado na direção de uma das muralhas. Uma fuga em massa foi evitada.
A desconfiança dos agentes começou à tarde quando presos foram vistos em movimentação estranha na sala A do Pavilhão P2. “Os agentes, que tinham escutado barulhos como se algo estivesse sendo quebrado, entraram na cela A e nada encontraram. Depois da visita um grupo resolveu entrar na cela B e encontrou o túnel”, relatou o presidente do Sindicato de Agentes e Educadores Penitenciários, Clemerson Sá.
A situação no Iapen é delicada. Este ano várias fugas já foram registradas. A mais recente na última quinta-feira, 1º . Para piorar, os agentes iniciam neste domingo, 4, um período de três dias de paralisação. A categoria quer do Governo do Estado 15% de reajuste salarial. O salário bruto de um agente penitenciário em início de carreira é de R$ 2,6 mil, podendo a R$ 3,6 mil com gratificações que não são pagas nas férias e no décimo terceiro.
O Iapen tem hoje cerca de 680 agentes divididos entre o complexo penitenciário da Rodovia Duca Serra e os centros de custódia que funcionam no Novo Horizonte (Zona Norte da capital), no Zerão (Zona Sul), e nos municípios de Oiapoque e Laranjal do Jari. “A paralisação vai garantir o mínimo de 30% do efetivo trabalhando. A partir das 17 horas o movimento é suspenso e o trabalho normal será retomado. Será assim até terça-feira”, adiantou Sá.