A eleição na maior entidade sindical do Amapá, o Sindicato dos Servidores em Educação do Estado (Sinsepeap), foi um fracasso de participação da categoria. A professora Kátia Cilene já é considerada a nova presidente, apesar da quantidade quase insignificante de votos perto do universo total de eleitores. Dos quase 13 mil filiados, menos de 3 mil compareceram às urnas para votar. Desse total, apenas 623 votaram nela. Ainda falta apurar as urnas que vem de Oiapoque (590 quilômetros de Macapá), mas os votos dificilmente mudarão o resultado final. Contudo, uma disputa judicial pode alterar o processo. A comissão eleitoral impugnou 18 membros da chapa de Kátia Cilene por falta de prestação de contas da gestão 2008/2011. Eles só participaram por causa de uma liminar.
O Sinsepeap é a maior entidade sindical do Amapá, reúne professores dos quadros das prefeituras, do Estado (maioria) e da União. Seis chapas disputavam a direção da entidade na sucessão de Aroldo Rabelo que está há dois mandatos na direção, totalizando seis anos. O candidato apoiado por ele, Gil Barbosa, ficou em segundo lugar com pouco mais de 500 votos. Apesar de a eleição ser eletrônica em Macapá e Santana com urnas cedidas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o resultado final só deverá ser divulgado nesta segunda-feira, 2, porque em municípios como Oiapoque a votação foi realizada em cédulas de papel e até o início da manhã ainda não haviam sido somados. O fracasso de adesões foi retumbante, apenas 30% do total de eleitores votaram. Em algumas seções, onde haviam 750 eleitores cadastrados, apareceram menos de 300 para votar. Em outros, menos de 100.
O espaço político dentro do sindicato, geralmente dominado por partidos políticos, sempre acirra a disputa. Além disso, a entidade tem grande poder financeiro. Arrecada por mês cerca de R$ 400 mil e a atual diretoria afirma que está deixando em caixa cerca de R$ 600 mil. Um dos desafios da nova gestão será retomar a construção da sede do Sinsepeap. A obra custou R$ 2 milhões, foi paga integralmente pela gestão anterior a de Aroldo Rabelo (Aildo Costa), mas foi abandonada com menos de 50% dos serviços realizados há cerca de seis anos.
Foi essa obra e os problemas com a prestação de contas dela que resultaram na impugnação de 18 membros da chapa de Kátia Cilene. Os votos deles só foram computados graças a uma liminar concedida pela juíza Alaíde Lobo. A comissão eleitoral os declarou inelegíveis, mas com a decisão provisória puderam participar. O resultado da votação com os votos da maioria dos municípios ficou assim:
Chapa Democracia 21 = 623 votos (Kátia Cilene)
Chapa Fortaleça 22 = 557 votos (Gil Barbosa)
Chapa Autonomia 77 = 497 votos (Maria Luiza)
Chapa Alternativa 10 = 491 votos (Paulo Freire )
Chapa Na Luta 11 = 359 votos (Otávio Brito)
Chapa Integração 80 = 95 votos (Roalde Ribeiro)