Hospital da Mulher diz que não tem como fazer 1.700 laqueaduras

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A direção do Hospital da Mulher Mãe Luzia manifestou-se nesta quarta-feira, 11, sobre a ação judicial movida pelo Ministério Público estadual exigindo a realização de cirurgias de laqueadura tubária em 1.700 mulheres. O diretor da maternidade, Acimor Coutinho, informou que ainda não recebeu nenhuma notificação da Justiça, mas frisou que o hospital está realizando laqueaduras normalmente e que a fila de espera não é de 1.700 mulheres, como diz o MP.

O diretor do hospital informou que soube da ação por meio da imprensa, mas assegurou que o hospital realiza operações semanais de laqueadura. “Todas as pacientes que fazem cesarianas e querem fazer a laqueadura são atendidas. Independentemente disso, o hospital realiza esse tipo de cirurgia duas vezes por semana em pacientes cadastradas”, explicou Acimor Coutinho.

Maternidade Mãe Luzia não tem uma sala só para laqueaduras

Maternidade Mãe Luzia não tem uma sala só para laqueaduras

A ação foi protocolada pela Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde na última segunda-feira, 9. De acordo com o MPE, por falta de condições no hospital público, mulheres aguardam cirurgias para controle da natalidade desde 2006. “O planejamento familiar é um direito que deve ser garantido pelo Estado, que também deve permitir o exercício deste direito garantido pela Constituição Federal”, destacou o promotor de Defesa da Saúde, André Araújo.

Para a direção do hospital, o número na fila de espera é grande, mas não chega a 1.700 mulheres. Ao mesmo tempo, a direção não soube precisar quantas mulheres esperam pelo procedimento. Outra contestação é sobre uma sala especializada para esse tipo de cirurgia. “Estamos fazendo o levantamento de quantas mulheres estão na fila de espera. Mas é impossível um hospital que tem uma estrutura física pequena ter uma sala só para essas cirurgias. Não temos espaço e estrutura para isso”, ponderou o diretor.

A cirurgia de laqueadura consiste na obstrução das tubas uterinas, que é por onde o espermatozoide se une ao óvulo. Na maioria dos casos o procedimento, que é realizado por uma abertura no abdômen, é feito durante o parto cesáreo. Mas pode ser realizado sem problemas fora da gravidez. O procedimento médico pode ser feito de duas formas: cortando e amarrando as trompas ou cauterizando os anéis uterinos por onde passam os espermatozoides.

Seles Nafes
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