Foi lançado oficialmente na tarde desta sexta-feira, 8, o Programa de erradicação de Analfabetismo “Sim, Eu Posso”, baseado em táticas aplicadas em países como Uruguai, Cuba, Argentina e Venezuela, que já declaram que estão livre dos analfabetismos. O intuito do programa é colocar um alfabetizador em cada comunidade de Macapá em que seja necessária a presença dele.
Os municípios de Macapá e Porto Grande foram selecionados para dar início ao programa no Amapá. Baseado no que já aplicado pelo Movimento dos Sem Terra (MST) em vários assentamentos do país, trata-se de uma forma de diminuir de uma vez vários problemas sociais. “De acordo com uma pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) uma mulher que tem menos escolaridade, sendo analfabeta ou semi-analfabeta vive menos que uma mulher que tenha certo grau de escolaridade, uma comprovação de que as repostas para tudo está na educação”, destacou o senador que trouxe o projeto para o Amapá, Randolfe Rodrigues.
Por conta desses números, o foco do programa é justamente disseminar a mensagem entre as mulheres da comunidade, pois são elas que têm um convívio mais próximo aos maridos e filhos, para que possam aconselhar para a importância da alfabetização. “Foi por isso que nos reunimos com 50 mulheres, que são proativas em suas comunidades, para começar essa corrente contra o analfabetismo e acabar de vez com esse problema social. Quando uma mulher consegue trilhar um caminho escolar, ela fica mais protegida e pode lançar mão de seus direitos”, contou a secretária de Políticas Públicas para as Mulheres, Celisa Melo.
O programa tem a estratégia de combater aos números fornecidos pelo IBGE, que confirmou que em Macapá cerca de 17 mil pessoas acima dos 15 anos não sabem ler. No Amapá essa realidade sobe para 27 milhões. “Sabemos que são números preocupantes. Por isso esse ponta pé inicial, para que o Amapá comece a se ver livre do analfabetismo”, acrescentou o senador.
“Sim, Eu Posso” será administrado em Macapá e Porto Grande pelas respectivas secretarias de educação, que contratarão multiplicadores do programa, que passam a ganhar uma bolsa para ajudar a alfabetizar o próximo. “Em Macapá serão 50 turmas iniciais, com pessoas que se escreverão para ser um multiplicador da mensagem, em troca de uma bolsa de R$ 400”, frisou a secretária de Educação de Macapá, Antonia Andrade.
A previsão é que a primeira turma seja aberta no mês de outubro, após a contratação dos agentes multiplicadores, que passarão por um treinamento, que detalhará como funciona o projeto, que é divido em 65 lições e garante a alfabetização em cerca de 90 dias. O Processo Seletivo para os agentes iniciará no dia 11 desse mês.