Na manhã desta terça-feira, 23, a Associação dos Delegados de Polícia do Amapá (Adepol) protocolou na Delegacia Geral da Polícia Civil, Palácio do Setentrião e na Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), um documento contendo 67 assinaturas de delegados que pedem exoneração dos cargos comissionados que ocupam, entre eles titulares de delegacias especializadas.
De acordo com a Adepol, as 67 assinaturas correspondem a 80% da categoria que atualmente é formada por 87 delegados, entre plantonistas, delegados de delegacia de bairros e titulares de delegacias especializadas. “Isso é a continuação da carta de repúdio na qual a associação expressou a falta de investimentos na Polícia Civil. As outras polícias cresceram em efetivo, mas a nossa categoria não teve nenhuma melhoria, só o que podemos citar é o sucateamento da profissão”, expressou o presidente da Adepol, delegado Sávio Pinto.
Entre os delegados que assinaram o documento estão 20 delegados que têm cargos comissionados nas delegacias, os demais são delegados, que não têm cargos, mas apoiam a medida da Adepol e se recusaram a assumir esses cargos comissionados em vacância. “Tudo isso é uma forma de mostrar à Delegacia Geral e ao governador que a categoria não está satisfeita com as decisões do governo a respeito dos policiais. Todas as outras categorias são consultadas e entram em negociação, porém a mais de 3 anos os delgados continuam sem poder opinar nas diretrizes estaduais que regem a profissão”, acrescentou Sávio.
A Adepol deixou claro que o documento não é um movimento grevista e que os delegados estarão em suas funções normais, sem a preocupação com as atribuições administrativas que os titulares têm em cada delegacia. Os delegados ainda informaram que se nenhuma melhoria for feita a situação tende a piorar. Segundo eles, é inadmissível que os servidores comprem papel e gasolina para trabalharem como já aconteceu. “O que nós queremos é a revitalização das delegacias, melhorias nos salários e condições para que possamos desempenhar nosso trabalho para a sociedade”, enfatizou o vice-presidente da Adepol, delegado Rogério Campos.
A categoria foi atendida pelo secretário de segurança Nixon Kennedy, porém a imprensa não pode participar da reunião que aconteceu a portas fechadas. A Sejusp não se pronunciou sobre o assunto, apenas informou que posteriormente a Delegacia Geral da Polícia Civil iria conceder uma coletiva de imprensa.