Se depender do presidente estadual do PT, Joel Banha, a legenda não vai seguir Camilo Capiberibe (PSB) no segundo turno da corrida para o Governo do Amapá. O diretório regional se reunirá com filiados numa plenária na próxima quinta-feira, 9, às 18 horas, para decidir se apoiará o atual governador e ou se volta para os braços do antigo parceiro PDT, de Waldez Góes.
Waldez passou em primeiro lugar para o segundo turno com mais de 42% dos votos, contra 28% de Camilo Capiberibe, candidato à reeleição. O PT tinha uma candidata ao Senado, Dora Nascimento, esposa de Joel Banha e vice-governadora. Mas, na reta final, quando a eleição para o Senado polarizou entre Davi (DEM) e Gilvam (PMDB), lideranças do PSB e do PSOL (que compõe a chapa majoritária com Camilo) acabaram liberando a militância para pedir votos em favor da candidatura de Davi, já que Dora aparecia com apenas 12% das intenções de voto.
Ao pedir votos para Davi, PSB e PSOL queriam impedir a eleição de Gilvam, e assim enfraquecer o grupo político de José Sarney (PMDB) que não concorreu à reeleição. Quando isso aconteceu, a candidatura de Dora Nascimento acabou perdendo votos dos próprios aliados e militantes, terminando a corrida com pouco mais de 10%. A estratégia deu certo, mais criou uma ferida gigantesca entre PT e PSB.
O PT do Amapá é dividido em pelo menos quatro grupos: Marcivânia (deputada federal eleita), Antonio Nogueira (ex-prefeito de Santana), Joel Banha, Zé Roberto, ex-deputado estadual. Há um sério risco de rompimento com o PSB e o PSOL, apesar de o PT ainda fazer parte do governo. “Em 2010 o PT entregou todos os cargos que tinha no governo”, lembrou Joel Banha.
Outro fator que pode pesar na decisão do PT em se afastar do PSB e do Governo do Estado é a eleição presidencial. Marina Silva (PSB) vai apoiar Aécio Neves (PSDB) no segundo turno contra a presidente Dilma Roussef (PT). Dilma teve 120 mil votos no Amapá contra 100 mil de Aécio.
O PT fez parte do primeiro governo do PSB nos dois mandatos de João Capiberibe, e depois também assumiu cargos no governo Waldez Góes em seus dois mandatos. Os dois partidos romperam apenas em 2010 para voltar a engrossar fileiras com o PSB que lançava a candidatura ao governo então do deputado estadual Camilo Capiberibe.
A reunião de quinta-feira promete ser decisiva e legítima porque haverá deliberação da plenária. “Seja qual for a decisão, ela será do partido”, garante Joel Banha.