Conselheiros tutelares da Zona Sul de Macapá protestaram na manhã desta terça-feira, 14, contra a falta de infraestrutura no prédio onde funciona o órgão, que não tem porta, água, material de limpeza e nem guarda municipal. Nos últimos seis meses, os três conselheiros calculam ter gasto do próprio bolso mais de R$ 4 mil na manutenção e funcionamento do Conselho. Atualmente, o Estado do Amapá possui 26 conselhos tutelares, a maioria em situação precária.
De acordo com os conselheiros, a falta de investimento compromete a prestação do serviço à população. “Nós estamos trabalhando em condições precárias. Esse ato de protesto é contra o descaso com as crianças e adolescentes do município. Queremos infraestrutura mínima para trabalhar e atender a população com dignidade”, ressaltou o conselheiro João Bosco.
Para se ter uma ideia da situação, 12 procedimentos protocolados neste fim de semana estão parados porque não tem tinta na impressora e nem papel. Segundo a conselheira tutelar Cristiane Souza, no último fim de semana quatro adolescentes fugiram porque não havia guarda no prédio. “No meu plantão teve fiscalização, mas não participamos porque não tinha gasolina nos carros. Isso é o cúmulo do absurdo”, declarou.
A situação é tão precária que os conselheiros pedem doações de produtos de limpeza e material de escritório para atenderem a comunidade. “Já gastamos muito dinheiro do nosso próprio bolso, se nada for feito vamos continuar gastando. Nossa função é atender a população com qualidade, mas não temos estrutura nem dinheiro pra isso”, afirmou o conselheiro Diogo Senha.
De acordo com a Secretaria Municipal de Assistência Social e do Trabalho (Semast), 600 litros de combustível são divididos entre os Conselhos da Zona Norte e Sul. Para a secretaria, o protesto dos conselheiros foi desnecessário. “Esse protesto nos surpreendeu porque não procedem as colocações dos conselheiros. Tudo que eles solicitam nós fornecemos. Na semana passada entregamos papel para impressora e combustível. Claro que existem situações isoladas, mas isso nós resolvemos com o fornecedor”, explicou a subsecretária da Semast, Mônica Colares.