Entre os casos mais absurdos que motivaram o protesto de enfermeiros e pacientes do Hospital de Emergência (HE) nesta sexta-feira, 24, está o de um menino de 15 anos. Ele foi levado para a sala de cirurgia e anestesiado. Mas em seguida o médico descobriu que não tinha material para limpeza pós-operatória. O médico cancelou a cirurgia e o garoto foi levado de volta para o leito passando mal.
Os técnicos em enfermagem afirmam que estão sem nenhuma estrutura para atender os pacientes, o que vai contra o Código de Ética da profissão. “Estamos hoje na rua protestando porque não temos a mínima condição de atender dentro do centro cirúrgico, pois falta material e a demanda só aumenta. Em muitos casos temos que improvisar, o que representa perigo aos pacientes. Somos induzidos ao erro. E um erro na nossa profissão é um crime”, disse Maria José, técnica de enfermagem.
O caso do menino de 15 anos aconteceu na quinta-feira, 23. “Meu filho quebrou o braço em duas partes. Quando finalmente foi para a mesa de cirurgia, teve que voltar para um leito no corredor. Ele chegou a receber anestesia e voltou desacordado”, contou o professor Nilzan Gonçalves, pai do garoto.
Eliziane Barbosa, moradora do Oiapoque, conta que está na fila de espera desde o dia 19 de setembro e até agora não recebeu nenhuma notícia sobre a sua cirurgia. “Quebrei o braço em um acidente de carro em Oiapoque. Fui transferida para Macapá porque o município não podia cuidar do meu caso. Estou sozinha aqui e até agora espero pela cirurgia”, reclamou.
A reportagem de SelesNafes.Com tentou contato por telefone com a direção do Hospital de Emergência, mas as ligações não tiveram retorno.