Finalmente aconteceu. O governador que sai e o governador que volta, conversaram por cerca de uma hora na manhã desta segunda-feira, 10, no Palácio do Setentrião, para tratar da transição. Camilo Capiberibe (PSB) e Waldez Góes (PDT) conversaram principalmente sobre as finanças do Estado. A partir de hoje, o governo do PSB é obrigado a repassar todas as informações de planejamento, finanças e execução de obras ao governo eleito.
Waldez tinha solicitado uma reunião para a semana passada, mas o governador Camilo Capiberibe alegou compromissos previamente marcados. A negativa fez o PDT acusar o governo de protelar o início do processo de transferência do governo. Hoje, Waldez Góes apresentou seu vice-governador, Papaléo Paes (PP), e mais 8 pessoas, para compor a comissão de transição. Além disso, o governador eleito pediu espaço para também fazer transição na Procuradoria do Estado. “Eu já solicitei também a nomeação de 50 servidores públicos, um para cada órgão. Eles serão responsáveis pela interlocução do governo eleito com a atual gestão. Essa é a equipe de apoio técnico que preciso”, disse Waldez Góes.
Os jornalistas puderam registrar apenas os momentos iniciais do encontro para fotos e imagens de televisão. Mas a assessoria do Palácio afirmou que a reunião ocorreu em tom diplomático. Enquanto Camilo apresentou dívidas herdadas, obras conclusas e projetos em andamento, Waldez reafirmou propostas de campanha, e cobrou o andamento das obras na BR-156.
A equipe de transição será coordenada por Décio Magalhães, atual chefe de gabinete do governador Camilo, e por Papaléo Paes. Um novo encontro oficial entre Waldez e Camilo não deverá se repetir este ano. Após a reunião, Waldez fez questão de afirmar que a “equipe de governo, com nomes de secretários e chefes, só deverá ser anunciada em dezembro. Meu foco é a transição”.
Camilo destacou a “transparência” neste início de transição. “Quase todas as informações que o governador eleito requereu estão no site da transparência. Muitas ações ainda vou entregar e planejar. Mas a nossa gestão saneou alguns dos maiores gargalos que o estado tinha nas áreas energética, previdenciária, e fortalecemos o estado. Vamos deixar a casa arrumada, com várias obras em andamento e com recursos”, garantiu.
No site AgênciaAmapá, que reúne as notícias oficiais do governo, a assessoria detalhou alguns dados sobre as finanças, com ênfase para as dívidas que começaram a ser pagas a partir de 2011, primeiro ano do governo Camilo. Segundo o site, o governo que termina deixa R$ 1,2 bilhão em contratos firmados com recursos garantidos. No entanto, o site não traz informações sobre a dívida do Estado.