O candidato derrotado nas eleições para o Senado, Gilvam Borges (PMDB), decidiu tentar de novo nos tribunais o que não conseguiu nas urnas. Sua coligação, “A Força do Povo” (PMDB, PDT, PP), ingressou com ação na Justiça Eleitoral acusando a campanha de Davi Alcolumbre (DEM) de ter maquiado a prestação de contas entregue ao TRE. Notas fiscais frias teriam sido utilizadas pela campanha. Davi disse que já esperava por essa manobra, utilizada por Gilvam Borges em 2006 contra outro senador eleito: João Capiberibe (PSB).
Em 2006, Gilvam Borges alegou que Capiberibe havia comprado os votos de duas pessoas por R$ 26 cada. As testemunhas foram ouvidas e confirmaram o recebimento do dinheiro, mas o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) entendeu, à época, que havia inconsistência nos depoimentos e decidiu negar o pedido de Gilvam pela cassação do mandato de Capiberibe. O candidato derrotado recorreu, e depois de uma batalha jurídica, e política, que levou mais de 3 anos e meio, ele conseguiu o que queria: assumiu o restante do mandato no Senado.
Em 2010, no entanto, na campanha pela reeleição, Gilvam foi de novo derrotado por João Capiberibe. Agora, em 2014, Gilvam requenta a mesma receita. Os advogados dele alegam que a campanha de Davi utilizou notas fiscais frias da empresa L.L.S Morais, especializada em propaganda visual. Outra acusação é de que a TV Amazônia (afiliada da Rede Bandeirantes em Macapá), não teria condições legais de prestar serviços gráficos. A emissora também emitiu notas fiscais.
Durante o fim de semana, militantes do grupo político de Gilvam chegaram a divulgar em redes sociais, que a Justiça já tinha impugnado as contas de Davi. “Ainda nem fomos notificados. Mas posso assegurar que foi uma das melhores prestações de contas que já fizemos. Não há nenhuma irregularidade. Se o candidato Davi quisesse bancar a campanha dele só com recursos próprios ele também poderia fazê-lo”, frisou o advogado de defesa Paulo Santos.
O advogado Hercílio Aquino, que assina a ação de Gilvam, participou do programa Luiz Melo Entrevista (Diário FM) na manhã desta segunda-feira, 17. Ele não entrou nos detalhes da ação, mas garantiu que Davi será cassado.
Já o senador eleito, Davi Alcolumbre, também disparou. “Fui atacado pelas rádios do Gilvam durante 90 dias da campanha. Falaram até da minha religião (judaísmo). Agora vem essa ação. Na verdade eu não esperava outra atitude do candidato derrotado”, ironizou.