A Guarda Municipal de Macapá terá de voltar ao trabalho a partir do início desta semana. O desembargador Raimundo Vales, do Tribunal de Justiça do Amapá, decretou a ilegalidade do movimento na última sexta-feira, 27. Um dos principais motivos que levaram à decisão foi a existência de uma mesa de negociações entre a categoria e a prefeitura.
O movimento foi deflagrado no dia 29 de outubro pelo Sindicato dos Guardas e Inspetores. Em 2012, em pleno ano eleitoral, o então prefeito de Macapá, Roberto Góes (PDT), concedeu promoções para toda a categoria. Foram cerca de 500 atos de progressão que, na prática, aumentaram os salários de todos os membros da corporação.
Em 2013, logo nos primeiros meses de gestão, Clécio Luis (PSOL) decidiu anular todos os atos, o que a categoria está chamando de “despromoção”. O prefeito alegou que as promoções não obedeceram critérios legais, como escolaridade, proporcionalidade, cursos de capacitação e orçamento. Os guardas querem o retorno das promoções, além de curso para uso de armamento, pagamentos retroativos, e mínimas condições de trabalho nos postos.
A ação, com pedido de liminar, foi movida pelo município. Os procuradores argumentaram que as negociações com a categoria não teriam sido abandonadas. O desembargador Raimundo Vales também levou em consideração o fato de a categoria não ter estipulado um tempo de duração para a greve.
Contaram ainda “os abusivos transtornos criados ao trânsito do Centro capital em latente violação ao direito de ir e vir de milhares de usuários”. Nos últimos dias, protestos da Guarda Municipal fecharam a Avenida FAB, obrigando milhares de motoristas a usar rotas alternativas para chegar ou sair do Centro de Macapá. Pela decisão do desembargador, a categoria tem dois dias para retornar ao trabalho após a notificação. Foi fixada uma multa de R$ 25 mil por dia em caso de desobediência.