Os sequestradores da jovem de 19 anos, filha de um empresário do ramo automotivo, que ocorreu na segunda-feira, 03, usaram roupas de uso exclusivo da Polícia Civil para cometer o crime. Na noite desta terça-feira, 04, a polícia conseguiu estourar o cativeiro no Bairro Marabaixo I, Zona Oeste de Macapá. Três pessoas foram presas e um dos envolvidos se apresentou espontaneamente para prestar depoimento em troca de redução de pena. Ele foi liberado para aguardar o andamento do processo. Policiais contaram que a menina era torturada com armas de choque para não gritar e assim não chamar a atenção dos vizinhos.
“O Daniel, que se apresentou nesta manhã, relatou que o sequestro deveria ter ocorrido na sexta-feira passada. Eles pretendiam pegar a menina na saída da faculdade onde ela estuda, mas a quadrilha não localizou a vítima”, disse o delegado Glemerson Arandes.
Como não conseguiram realizar a ação na data programada a quadrilha resolveu sequestrar a menina quando chegava com a família a sua residência localizada no Bairro Açaí, Zona Norte de Macapá. “Segundo os relatos do pai da vítima, quatro pessoas vestidas como policiais civis pararam o carro da família como se fosse uma abordagem policial. Em seguida realizaram o assalto e o sequestro da jovem, que foi levada diretamente para o cativeiro localizado na Rua 6 do Bairro Marabaixo”, acrescentou o delegado Celso Pacheco.
Logo após o sequestro os bandidos entraram em contato com a família para pedir o resgate, e para informar que não deveriam contatar a polícia para garantir a integridade física da garota. “Porém, a notícia saiu do controle e logo se disseminou pelas redes sociais. Com receio das informações que rodavam pelo Whatsapp, os sequestradores Carlos Augusto Roudão da Conceição e Miguel Ângelo da Silva Rodrigues levaram a vítima para um motel, onde passaram a noite. Eles retornando para o cativeiro na madrugada da terça-feira. Foi onde encontramos o Carlos Augusto e a vítima, que estava vendada e amarrada na hora que estouramos o cativeiro”, concluiu Glermerson.
Depois da prisão do primeiro sequestrador, a Polícia Civil foi atrás de Miguel Angelo, que foi preso horas depois na casa da namorada localizada no Bairro Pedrinhas. Ainda na madrugada os dois sequestradores presos falaram da participação de um funcionário do pai da vítima. Alcir Pinheiro Duarte, gerente da empresa, teria passado todas as informações para a realização do sequestro. Ele foi preso na manhã desta quarta-feira. Uma quarta pessoa conhecida como Daniel, também envolvida, se apresentou na delegacia e contou todo o plano em troca de redução de pena.
A polícia vai abrir inquérito para apurar como os sequestradores conseguiram comprar a roupa de uso exclusivo da Polícia Civil, já que para conseguir o material é preciso uma série de documentos que comprovem que o comprador é realmente policial. Os acusados serão indiciados por associação criminosa, crime de tortura e extorsão mediante sequestro.