Agentes penitenciários encontraram ainda ontem, 22, a arma roubada de um agente penitenciário no momento em que os presos estavam sendo recolhidos para suas celas. Os detentos do F 4, onde estão alguns dos criminosos mais perigosos do Estado, já tinham tudo planejado quando o agente se aproximou para fazer a “tranca”.
A ação aconteceu por volta das 17h30. Cerca de 30 presos tinham acabado de participar de um evento da Igreja Universal na quadra do presídio, onde houve a entrega de cestas básicas para as famílias dos detentos. Depois disso, os presos foram encaminhados para seus pavilhões. No F 4, um grupo deles se aproximou do agente e conseguiu tomar a arma dele. “Eles já estavam articulados, só esperando a aproximação do agente. É normal que os detentos se aproximem do agente nesse momento”, comentou uma fonte que acompanhou toda a ação.
O agente foi jogado ao chão e começou a ser espancado por vários presos. O colega que dava cobertura efetuou disparos contra os presos, mas nenhum dos criminosos foi atingido. Eles fugiram levando a arma do agente. Em menos de 3 minutos, o local já estava dominado por cerca de 50 agentes que estavam de plantão. “A arma foi logo encontrada no chão, porque os presos querem evitar que suas celas sejam revistadas e objetos proibidos sejam encontrados”, explicou a mesma fonte.
Não adiantou. Com a situação controlada, o Bope foi chamado para revistar as celas. Cerca de 100 homens, entre policiais e agentes penitenciários participaram da operação. Durante a revista nas 14 celas do F 4, foram encontrados celulares, drogas e armas brancas. No total, 102 papelotes de entorpecentes, 5 celulares e facas. “O trabalho transcorreu na normalidade. Empregamos técnicas e táticas adequadas com relação à situação. Fizemos a contenção dos presos, enquanto os agentes faziam a revista. Mas, não houve nenhuma resistência”, contou o capitão Kleber Monteiro.
Foram revistados 205 detentos. Em operações como essa, o Bope entra com a tropa de choque e retira os detentos da cela colocando-os na quadra ou no campo de futebol. Enquanto isso, agentes penitenciários revistam as celas, objetos e os presos. Quando um detento é encontrado portando arma, drogas ou celular, ele é levado para a delegacia onde e aberto um inquérito.
Hoje a segurança do Iapen é quase toda feita por cerca de 1 mil profissionais, todos concursados. Depois da nova turma de agentes que ingressou em julho deste ano, a Polícia Militar foi retirada nas guaritas e as fugas foram reduzidas em cerca de 90%.
Mas trabalho dos agentes continuou arriscado e difícil. Recentemente, presos do regime semi-abertos foram flagrados jogando celulares para dentro do complexo.