Apesar da sensação ruim causada pela crise que atrasa os salários de 7,5 mil trabalhadores terceirizados, o Governo do Estado confirmou na manhã desta quarta-feira 17, que vai realizar o Réveillon da Beira Rio. Cercado de dívidas com fornecedores e prestadores de serviços, o governo vinha mantendo cautela sobre o assunto.
É certo que o dinheiro vai sair do orçamento da Secretaria de Cultura do Estado, e não da Saúde, Educação e Infraestrutura, onde não existem mais recursos para o pagamento de dívidas em 2014. Por isso, o governador Camilo Capiberibe (PSB) queria que os deputados estaduais aprovassem o aumento da margem de remanejamento neste fim de ano.
Na prática, o governo queria carta branca para tirar dinheiro de pastas como a segurança pública para por em áreas como a saúde, onde existem débitos com fornecedores e empresas de asseio. No total, o governo queria remanejar R$ 80 milhões, mas os deputados já deixaram claro que só pretendem votar o projeto nos últimos dias do ano, deixando o gerenciamento desses recursos e dívidas para o próximo governo.
Por mais que não vá usar na festa dinheiro de áreas prioritárias, o governo deve sofrer um desgaste por festejar a virada do ano enquanto milhares de trabalhadores se preparam para passar um Natal pra lá de magro.
O governo não anunciou quanto vai gastar do reveillon, mas já confirmou que, além das tradicionais apresentações musicais, o evento terá uma Feira de Natal e queima de fogos de aproximadamente 15 minutos. Nos demais municípios, o réveillon ficará a cargo das prefeituras que não receberão recursos estaduais para as festas.
Um palco será montado ao lado da Fortaleza de São José. A programação na Beira-Rio começa às 20 horas do dia 31 e vai até às 4 horas da manhã do dia 1º de janeiro. De acordo com a Coordenação de Eventos Institucionais do Governo do Estado, estão confirmadas atrações regionais como Osmar Júnior, Finéias Nelluty, Ângelo Rodrigo, Sérgio Sales, Amadeu Cavalcante, Zé Miguel, Brenda Melo e outros artistas que ainda não confirmaram presença.
Cerca de 50 mil pessoas são esperadas para o réveillon, mas dificilmente estarão entre elas os 7,5 mil profissionais que não recebem há quatro meses os salários.