Uma pesquisa realizada pelo Sistema Nacional de Informações de Saneamento Básico do Ministério das Cidades revelou que o Amapá tem uma taxa de desperdício de água tratada superior a média nacional, que é de 63%. No Estado, de cada 100 litros de água retirados do Rio Amazonas e tratados “a peso de ouro” (o custo é elevadíssimo), incríveis 76% são perdidos pelo meio do caminho.
O estudo levou em consideração os dados de 2013 por serem os mais recentes. Quinze estados são apontados como os vilões do desperdício por vários motivos. Os principais são ligações clandestinas, vazamentos nas redes e o mau planejamento de obras.
A média de desperdício no Brasil é de 63%, mas no topo do rancking está o Amapá. No ano anterior, a perda já chegava a 71% no estado onde apenas 36% das residências estão oficialmente ligadas à rede da Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa).
O segundo estado que mais desperdiça água é Roraima, com 59,74%, e o terceiro é Sergipe, com 59,27%. O Acre, também na Região Norte, joga fora 55,9%. Outros estados da Amazônia, como Pará e Amazonas também figuram entre os esbanjadores. O menor prejuízo do Brasil ocorre no Distrito Federal, com 27% .
Tratar a água do Rio Amazonas para deixá-la em ponto de consumo é extremamente caro. Todos os meses a Caesa precisa de pelo menos R$ 1 milhão. Dependendo da época do ano, por causa das chuvas e do período de seca, a despesa pode chegar a R$ 1,3 milhão só em produtos químicos utilizados para o processo de decantação e melhoramento da água que vai para as torneiras.
A direção da Caesa reconhece o alto desperdício, mas diz que os dados de perdas divulgados pelo Ministério das Cidades não são exatos, porém, estão perto da realidade. “É na verdade uma estimativa, mas realmente temos perdas na casa dos 70%”, reconhece a presidente da estatal, Patrícia Brito, no cargo há apenas uma semana por causa da troca de governo.
Além de combater as perdas físicas, com vazamentos, por exemplo, a meta da nova direção da Caesa é reduzir também a perda comercial causada pelo uso clandestino e o desajuste de categoria do cliente dentro do banco de dados da empresa. “Em muitos casos, onde não há hidrômetros, cobramos a taxa residencial, quando na verdade o proprietário já construiu até um prédio. Às vezes no local já funciona até uma indústria que paga só uma taxa residencial”, explicou a presidente.
A intenção é também retomar as obras de expansão da rede de distribuição com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). As obras do PAC 1 estão paralisadas há 2 anos, o que inviabiliza a captação de recursos do PAC 2.