O governo Camilo Capiberibe (PSB) se foi, mas deixou para trás uma esteira de bombas de efeito retardado que só agora estão explodindo. Depois da Saúde, Segurança Pública e Amprev, sobrou uma parte dessa crise até para a Rede Super Fácil. Uma das empresas que aluga (isso mesmo, aluga) computadores para a rede ameaçou retirar os equipamentos por falta de pagamento, o que fatalmente interromperia o atendimento para milhares de pessoas todos os dias.
Sem o Super Fácil, haveria uma migração gigantesca de demanda para as sedes administrativas de órgãos como o Detran e a Politec. Por incrível que pareça, apesar da quantidade de serviços e de atendimentos (cerca de 300 mil por dia em todo o Estado), o Super Fácil não possui sequer um computador. A dívida de aluguel das máquinas chega a R$ 1,5 milhão relativa ao período dos últimos quatro meses.
Ao todo, 11 unidades do Super Fácil estão instaladas no Amapá. Segundo a nova direção do órgão, além da dívida dos computadores, o órgão deve ainda R$ 6 milhões para outras prestadoras de serviços, principalmente de limpeza e vigilância.
Mas há outros problemas na infraestrutura. “80% das centrais de ar não funcionam, muitos banheiros estão interditados, todos os prédios tem parte elétrica e hidráulica comprometidas, e ainda há essa surpresa dos computadores”, desabafou o diretor geral da rede, Alessandro Agra, no cargo há apenas 4 dias.
Sobre a dívida com os computadores, o diretor conseguiu evitar que os equipamentos foram retirados pedindo mais prazo para resolver o problema. “Vamos renegociar essas dívidas com as empresas e depois comprar computadores, já que isso é mais econômico para o sistema, custaria só 20% do que a gente paga por aluguel. Mas a nossa maior prioridade é a comodidade dos servidores e usuários, consertando os condicionadores de ar e desinterditando os banheiros”, frisou o diretor.
Por causa desses problemas, muitos guichês de órgãos públicos estão fechados dentro do Super Fácil, enquanto outros estão lotados. A direção acredita que a maioria dos problemas deve desparecer ainda neste semestre. Apesar da crise, a promessa é de que nenhuma unidade será fechada.