A Justiça ouviu depoimento de 18 testemunhas na 1ª Vara do Tribunal do Júri durante está sexta-feira, 30, na primeira audiência de instrução do processo que tem como ré a professora Aurivane Rodrigues Neri da Silva. Ela é acusada pelo Ministério Público de tentativa de homicídio contra a também professora Marineide da Silva Lopes, de 42 anos. A vítima levou dois tiros em maio de 2014 na Casa do Professor. A defesa argumenta que Aurivane estava em crise de depressão porque teria perdido o marido para Marineide.
Nove testemunhas de defesa e 9 de acusação foram ouvidas durante o dia. Pela manhã o ex-marido de Aurivane, Valcinei Rodrigues, testemunhou no Júri. Segundo ele, a depressão da ex-mulher é uma “farsa”. “Eu fiquei casado com ela durante 17 anos. Nos últimos anos ela não podia ouvir falar de trabalho, separação e os negócios da loja que a gente tinha, que passava mal. Ela tomava remédio controlado, mas acredito que era uma farsa”, disse em testemunho Valcinei que também é professor.
Segundo a defesa, a tentativa de homicídio da ré contra a Marineide Lopes, foi causada por problemas de depressão grave com sintomas psicóticos. “A própria psicóloga que cuidou do caso afirmou que ela pensava em suicídio, mas acabou cometendo esse desatino. A enfermidade dela não a isenta do crime. Ela confessa que atirou na Marineide, mas em função da doença defendemos que a pena seja mínima”, argumentou o advogado de defesa de Aurivane, Mauricio Pereira.
O Ministério Público afirma que a acusada estava consciente na hora do crime. “Ela é ré confessa. Mas está tirando uma que não estava em sã consciência. Porém, o laudo médico diz que ela estava normal naquele dia. Se depender do MP ela vai continuar presa”, ressaltou o promotor Afonso Pereira. Aurivane da Silva responde por tentativa de homicídio triplamente qualificado e porte ilegal de arma, que nunca foi encontrada. Se o caso for levado a júri popular, a pena pode variar de 12 a 30 anos de prisão.
A vítima, Marineide da Silva Lopes, foi operada ainda no Hospital de Emergência para a retirada de dois projéteis que se alojaram no tórax, sem atingir órgãos vitais. Recentemente ela passou por duas cirurgias e foi transferida para uma clínica particular em Belém, no Pará. O caso está nas mãos do juiz João Guilherme Lages.