A família do menino Carlos, de 6 anos, (de camisa vermelha) divulgou um vídeo na internet mostrando a trajetória do menino antes e depois do diagnóstico de leucemia. O garoto está em São Paulo desde setembro do ano passado para sessões de quimioterapia em um hospital público. A situação dele ainda é delicada, mas o menino tem reagido bem ao tratamento.
Os pais começaram a desconfiar que havia algo de errado quando o garoto, que era muito ativo, começou ter febre e fraqueza. Um hemograma revelou que os indicadores estavam anormais, e uma pediatra suspeitou que poderia tratar-se de leucemia. Ele poderia morrer em questão de dias.
Já debilitado, Carlos foi removido para São Paulo em uma UTI aérea e logo foi internado no Hospital Santa Marcelina, administrado por freiras. “Aqui não falta nada”, diz pai do menino, o microempresário Agenilson da Silva Pereira, de 38 anos. Agenilson deixou tudo para acompanhar o filho. A mãe ficou em Macapá cuidando do segundo filho do casal e, sempre que pode, vai a São Paulo acompanhar o filho.
O tratamento de Carlos é um verdadeiro bombardeio de medicamentos sobre o organismo. Uma das sessões de quimioterapia, nesta semana, durou 23 horas. Alguns efeitos colaterais são fortes. Em outras sessões anteriores o rosto chegou a ficar inchado. Mas a parte mais difícil e angustiante foi o início do tratamento. Os rins ficaram comprometidos, e o menino precisou ficar numa UTI durante 17 dias.
É preciso muito cuidado após cada sessão para evitar infecções, já que a imunidade fica extremamente baixa. A família alugou um pequeno apartamento e de certa forma consegue isolar Carlos do contato de outras pessoas, reduzindo assim o risco de contágios. Mas nem todas as crianças amapaenses que estão em São Paulo e em outros estados, também em tratamento contra o câncer, tem a mesma sorte. “Em janeiro, duas crianças do Amapá morreram. São crianças atendidas pelo Tratamento Fora do Domicílio (TFD). Se o auxílio fosse pago corretamente, os pais poderiam alugar ‘kitnetes’ para dar essa proteção aos filhos”, pondera Agenilson.
Os pais de Carlos tem contado com a solidariedade de amigos e até de pessoas estranhas, mas o custo de permanência em SP é alto. Agenilson raspou a cabeça para transmitir mais força a Carlos. No total, o tratamento deve durar 2 anos. Dois anos de sacrifício, dedicação e amor em nome do filho.