Policiais civis de Oiapoque fizeram uma operação para desarmar a população de uma comunidade que serve de base de apoio logístico para garimpos ilegais na Guiana Francesa. As equipes cumpriram mandados de busca e apreensão em dezenas de residências, e encontraram várias armas. É forte a suspeita de que algumas tenham sido utilizadas em crimes de assassinato na fronteira.
A operação foi realizada com apoio de policiais rodoviários e Policia Técnica durante toda a quarta-feira, 28, na comunidade de Ilha Bela, a 4 horas de embarcação da sede de Oiapoque. Os policiais tinham ordens judiciais para vistoriar todas as 60 residências da comunidade, mas o pente fino foi feito em apenas metade delas. A outra metade estava fechada.
Enquanto policiais amapaenses revistavam as casas, uma embarcação da Gendarmerie, a polícia francesa, bloqueava um trecho do rio para impedir a fuga de criminosos. Cinco pessoas foram presas: quatro maranhenses e um piauiense. Eles estavam em posse de seis espingardas calibre 12, além de munição calibre 12 e 20. “Ilha Bela é base logística para a garimpagem ilegal. Há muitos inquéritos por homicídios em Ilha Bela”, comentou o delegado Charles Correa, que comandou a operação.
A quantidade de crimes na fronteira ligados à garimpagem ilegal fez a população da comunidade se armar para defesa pessoal. “O objetivo principal da operação foi desarmar a população local de Ilha Bela, objetivando-se a salvaguarda de todos. Esse foi um dos fundamentos para da minha representação pela busca e apreensão à juíza criminal de Oiapoque”, justificou o delegado.
Mas a preocupação continua. Como em apenas seis residências foram encontrados armamentos, é bem possível que outras armas estejam em circulação na região.