Sem chuva e com atraso de quase uma hora, a primeira noite de desfiles das escolas de samba do Amapá iniciou por volta de 22h40min de sábado, 14. Cinco escolas passaram pela Ivaldo Veras, com um público relativamente bom nas arquibancadas e camarotes. Problemas na passagem do som, cronômetro e falta de carros alegóricos, alas e foliões foram comuns. Mas mesmo assim, houve muito brilho e samba no pé.
Sem comissão de frente e rainha de bateria, a Império do Povo foi a primeira escola a entrar na Ivaldo Veras às 22h45min. A agremiação cantou na avenida a rivalidade do futebol paraense entre Remo x Paysandu com o enredo “’RE-PA: O clássico rei da Amazônia”.
Além da ausência da comissão de frente e rainha da bateria, a ex-campeã do carnaval decepcionou pelo tamanho da escola e desorganização. A agremiação levou apenas 8 alas, mil brincantes e dois carros alegóricos para entoar a paixão de torcedores pelos dois clubes.
A Associação Recreativa Império de Samba Solidariedade foi a segunda agremiação a entrar na Avenida Ivaldo Veras, às 00h15. Com uma comissão de frente formada por caboclos, a escola contou a história de vida do desembargador Gilberto Pinheiro com o enredo “Da Favela à Coimbra, um ‘caboco’ amazônida: és Gilberto Pinheiro”. Com 800 brincantes, 7 alas, dois carros alegóricos e com madrinha e princesa de bateria, a agremiação destacou a história do desembargador, passando por suas raízes na favela até seu doutorado em Direito pela Universidade de Coimbra, em Portugal.
Com direito a uma “paradinha” de brega, a Associação Cultural Embaixada de Samba Cidade de Macapá entrou na avenida exatamente a 1h54min da manhã. A agremiação levantou o público cm o enredo “Na Embaixada o bicho pega, acredite: é chique ser brega”, destacando o estilo musical.
A escola entrou grande e impressionou o público. Quatro carros alegóricos, 12 alas e 1,3 mil brincantes desfilaram na Ivaldo Veras exibindo instrumentos musicais e contando a história do brega. Personagens gênero como Reginaldo Rossi, Os Cabuçus e Finéias Nellutty foram destaques no desfile. A comissão de frente deu um show à parte e empolgou o público nas arquibancadas e camarotes. A comissão foi formada por bailarinos da escola de dança Agessandro Rêgo. O segundo carro impressionou pelo tamanho e quantidade de destaques. Quatro bailarinas entravam e saiam do carro a todo momento durante a coreografia.
Os quatros elementos da natureza foram o tema da quarta escola, a Império da Zona Norte. A agremiação mostrou na avenida a relação do homem e natureza com o enredo “É fogo e água, na terra eu sou do ar do meu Império”. Com 1,3 mil brincantes, 13 alas, três alegorias, a escola destacou a mística do homem com os elementos e deuses. A escola busca o título de elite no grupo especial.
Por causa da passagem do carro de som e uma confusão no cronômetro, a Maracatu da Favela entrou na avenida às 4h40min encerrando a primeira noite.
Com um público cativo, a “Verde e Rosa” contou a história de heróis e vilões no enredo “Verás que um guerreiro verde-rosa não foge à luta!”, mostrando acrobacias e muita organização. Ao todo, foram 12 alas e quatro carros alegóricos desenvolvidos nas narrativas de fantasia e vida real da ficção. Hoje tem mais.
Fotos: Seles Nafes, Cássia Lima, Ãngelo Percy e Agência Amapá