Começou com uma missa de ação de graças na Igreja São José. Depois teve rodada de capoeira, encontro das bandeiras e o cortejo do Banzeiro Brilho-de-Fogo. Essa programação marcou a celebração da Confraria Tucuju pela passagem do aniversário de Macapá nesta quarta-feira, 4.
A missa celebrada pelo padre Aldenor Benjamim seguiu o ritual antigo. Quando pioneiros da cidade entram carregando bandeiras do estado e do município de Macapá, além da imagem do santo padroeiro São José. “Esse é um momento histórico para a cidade. Foi aqui que nasceu a vila de Macapá e se transformou nessa capital. A missa é um símbolo forte de identidade e preservação cultural, já que desde a fundação de Macapá essa missa é celebrada”, explicou a presidente da Confraria Tucuju, Telma Duarte.
O ápice da festa foi o cruzamento das bandeiras de Marabaixo dos Bairros do Laguinho e Favela (Santa Rita). O momento simboliza o reencontro de famílias tradicionais, que foram expulsas do Centro de Macapá para o Laguinho a Favela em 1943 pelo governador Janary Gentil Nunes. “A cidade começou a se expandir com a construção de prédios públicos e residências oficiais. Então, o governador implantou uma política habitacional e expulsou os negros. Uns para o Laguinho e outros para a Favela”, explicou o historiador José Duarte.
No cruzamento das bandeiras as comunidades do Laguinho e Favela, representadas pelo Divino Espírito Santo e a Santíssima Trindade, comemoram o reencontro de um povo que uma vez esteve unido morando no centro de Macapá. “Os mais velhos contam que seus pais moravam na frente da cidade, mas foram expulsos. Nesse momento lúdico estamos unindo as bandeiras para o fortalecimento da cultura amapaense no aniversário de Macapá”, frisou Iuri Soledade, da comunidade do Divino Espírito Santo.
Após o encontro das bandeiras, os 100 batuqueiros do Banzeiro Brilho-de-Fogo cantaram para os jogadores de capoeira numa caminhada em direção à Praça Floriano Peixoto, fazendo pequenas paradas em frente às casas de pioneiros de Macapá. “Esse aniversário marca um ciclo de desenvolvimento para meio milhão de cidadãos que habitam aqui. Mas, nossa sociedade é misturada e essa festa marca nossa relação de pertencimento com o lugar que a gente vive”, destacou o prefeito de Macapá, Clécio Luís.