O reajuste na tarifa de energia elétrica de 21,25% no Amapá, que está em vigor desde o dia 4 de fevereiro, vai gerar aumento na arrecadação da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA). Esse excedente será investido, segundo a presidência da Companhia, nas obras de interligação do Estado ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O valor real que será arrecadado com o reajuste não foi informado.
A direção da Companhia também esclareceu sobre o aumento tarifário recém autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O diretor-presidente da CEA, Ângelo do Carmo, enfatiza que a empresa passou mais de 10 anos sem poder reajustar sua tarifa devido a inadimplência com o setor elétrico. Agora, com os débitos quitados, o reajuste tarifário vai equilibrar a receita com os investimentos da concessionária, que são as obras de conexão do Amapá ao SIN, previsto para iniciar até o final de fevereiro.
Nesta primeira etapa, a Companhia está investindo R$ 42 milhões. A conexão refletirá em melhorias na energia elétrica do Amapá, que passará a dispor de energia firme, continua e de qualidade, eliminando sua dependência de usinas térmicas movidas a óleo diesel.
“Temos que construir três novas instalações em Macapá e ampliar os circuitos da rede elétrica. Além disso, é preciso instalar redes e linhas em todo Estado para atendermos toda população, conforme o programa Luz para Todos. O volume de obras de serviço é muito grande e por isso precisamos de mais arrecadação”, justificou o presidente.
Atualmente, além de não ter ligação com o arranjo nacional de abastecimento de energia elétrica, o sistema amapaense ainda é 70% dependente da queima de óleo diesel, processo termoelétrico cuja geração é de alto custo. Os outros 30% que completam o fornecimento são produzidos pela Usina Hidrelétrica Coaracy Nunes. Na última década, essa capacidade foi ultrapassada pela demanda, causa dos apagões nos últimos dois anos.