Nos últimos dias funcionários do Centro de Internação Masculina (Cesein) apreenderam 13 celulares em poder de internos, depois que um menor fez portagens no Facebook de dentro da instituição. Além disso, a fundação registrou ocorrência contra o ex-funcionário que também postou fotos dos menores em seu perfil na rede social.
Atualmente, 75 internos cumprem medida socioeducativa por crimes como tráfico, roubo e homicídio. Mesmo assim, eles tinham liberdade para postar nas redes sociais. Os celulares são jogados por cima do muro que separa o Cesein do Conjunto Mucajá.
Durante cinco dias, funcionários fizeram revistas em todas as celas e encontraram muitos materiais proibidos. O trabalho começou no dia 30 de janeiro e prosseguiu nos dias 2, 4, 6 e 8 de fevereiro. A cada revista, pelo menos 2 celulares foram encontrados, totalizando 13, além de serras para cortar grades. “Técnicos da Secretaria de Infraestrutura já estão estudando uma obra para aumentar a altura desse muro”, adiantou a nova diretora da Fundação da Criança e do Adolescente (Fcria), Albanize Colares.
A Fundação da Criança e do Adolescente (Fcria), responsável pelo Cesein, registrou boletim de ocorrência na polícia contra o ex-funcionário que publicou também no Facebook fotos de menores cumprindo medidas socioeducativas. Segundo a diretora, ele era servidor provisório e teve o contrato encerrado no dia 15 de janeiro.
Além das medidas para dificultar a entrada de mais objetos proibidos, a nova direção quer reativar a escola de ensino regular que funcionava dentro do Cesein. Na terça-feira, 10, o governador e uma comitiva de secretários das pastas da Educação, Saúde, Infraestrutura e Defensoria Pública estiveram no Cesein. “Também pedi à Defensoria que faça um atendimento aqui dentro verificando a situação de cada menor, para que não haja casos em que adolescentes fiquem aqui além do tempo necessário”, concluiu.
O Cesein deveria ajudar na reeducação dos menores, mas faz justamente o contrário. Nos últimos anos o centro não foi levado a sério pelo governo do Estado. Os funcionários não tem as mínimas condições de trabalho e segurança. “Estou aqui há 5 anos e já vi de tudo: ameaça, agressão e até tentativa de homicídio de servidor. Aqui acontece tudo de ruim, e a culpa sempre recai no educador”, desabafa Ailton Sá, um dos poucos funcionários que tentam trabalhar no meio do caos. “O Cesein é considerado o inferninho das unidades. Só vão fazer alguma coisa quando morrer um servidor”, acrescentou.