Já estão em Macapá os dois últimos funcionários do Distrito Sanitário Especial Indígena do Amapá (Dsei), que estavam isolados em uma aldeia indígena localizada no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque. Eles foram resgatados no fim da tarde da sexta-feira, 13, mas a informação só foi divulgada neste sábado, 14.O pesadelo de sete funcionários começou no dia 5 de fevereiro, quando o transporte de retorno a Macapá não foi realizado.
Segundo Rosangela Batista, esposa do último funcionário resgatado, o problema aconteceu por falta de pagamento da empresa aérea. “O que ficamos sabendo foi que o retorno não aconteceu porque a empresa de táxi aéreo responsável pelo serviço, se recusou a buscar os funcionários, pois o pagamento estava atrasado. E assim ficamos sem respostas da Dsei, e em poucas vezes conseguimos contato com os familiares por conta da falta de rede no sistema de rádio usado para a comunicação. Já na semana passada a desculpa era a condição climática”, contou.
Na tarde deste sábado, a diretora do Desi, Nilma Pureza, voltou a afirmar que o resgate não ocorreu por conta de problemas climáticos que impediam que o avião descesse na pista de pouso. “Mas isso foi resolvido. Já em relação a falta de pagamento da empresa, isso não contribuiu para o atraso no resgate. Realmente tivemos um problema de pagamento no início do mês, mas foi por conta do atraso no repasse da nota fiscal por parte da empresa, mas logo a mesma foi entregue e efetuamos o pagamento”, garantiu.
A diretora também negou mais uma vez que os técnicos tenham passado fome nas aldeias, incluindo o médico cubano do Programa Mais Médicos, do Governo Federal, que também estava isolado. “Nós que convivemos com as relações indígenas, desconhecemos casos extremos de falta de alimentação, como alguns funcionários relataram. Sabemos que há tribos que não são tão hospitaleiras, mas não era o caso dessas três onde os funcionários ficaram isolados”, concluiu Nilma.