Um crime que estava um pouco esquecido volta a tirar o sossego do amapaense. Trata-se do golpe do falso sequestro. Vários casos foram registrados desde o início do ano em Macapá. O último foi com a advogada Maria Domingas Machado, de 70 anos, que passou por momentos de terror na tarde de quinta-feira, 26, quando recebeu um telefonema dando conta de que sua filha havia sido sequestrada.
O falso sequestrador ligou e informou que estava com a filha dela. Disse ainda que a advogada deveria fazer o pagamento em dinheiro para livrar a filha da morte. Mas um taxista que acompanhou a situação, acabou ajudando a vítima que iria depositar o dinheiro em uma conta de fora do Estado.
Segundo informações da Polícia Militar, o taxista que levou a advogada ao banco para sacar o dinheiro pedido pelo falso sequestrador, observou que ela estava muito tensa e ligou para a polícia. Os policias então começaram a monitorar os passos de Maria Domingas, que estava marcando um ponto de encontro para pagar o resgate.
Quando foi abordada pelos policias, ela contou o que estava acontecendo. Maria Domingas disse que o sequestrador havia desistido de encontrá-la e que deveria depositar o dinheiro em uma conta que não chegou a ser passada pelo falso sequestrador.
O caso foi parar com o delegado Wellington Ferraz, da Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), que em uma pesquisa rápida constatou a origem da ligação. “Em uma busca rápida nós descobrimos que o telefonema partiu do Estado do Ceará. Nesses casos as pessoas devem manter a calma para não serem enganadas pelo criminoso”, aconselhou o delegado.
Como exemplo, o delegado citou que esta semana um pedreiro caiu no mesmo golpe e acabou depositando R$ 300 em crédito de celular para supostos sequestradores. Eles ligaram informando que estavam mantendo a filha dele, que mora em Belém, como refém. “A calma é essencial. Só assim você raciocina melhor e pode muito bem fazer uma ligação para a pessoa supostamente sequestrada antes de fazer qualquer tipo de negociação. Muitas vezes, devido ao nervosismo, a vítima acaba passando informações que são facilmente usadas pelos falsos sequestradores”, acrescentou o delegado.
O nervosismo no caso da advogada, ajudou os bandidos. Eles conseguiram informações extras sobre a filha dela, o que a impediu até de distinguir a voz da pessoa que se passou por sua filha.
Fotos e reportagem: Jair Zemberg
Colaborou: Anderson Calandrini