69 anos: Um abraço no velho e abandonado Barão do Rio Branco

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Poucos colégios do Amapá possuem a idade e a importância histórica da Escola Estadual Barão do Rio Branco, que nesta segunda-feira, 20, completou 69 anos. Na verdade trata-se da primeira escola construída na capital. A data foi lembrada, mas sem muita festa. Há mais de 1 ano o prédio original da escola foi fechado para uma reforma que nunca começou. O prédio, que tem a mesma arquitetura de sete décadas atrás, está caindo aos pedaços. Os alunos, que hoje estudam num imóvel alugado pelo governo, deram um abraço simbólico no velho Barão.

Alunos estendem bandeira em frente ao colégio: protesto

Alunos estendem bandeira em frente ao colégio: protesto

A festa de aniversário desta manhã contou corte do bolo, cinema, brechó, palestra sobre o histórico da escola, apresentação da Banda da Polícia Militar, mas a sensação era de abandono, especialmente no momento do abraço simbólico.

Prédio atual tem aluguel de R$ 25 mil e não comporta todos os alunos

Prédio atual tem aluguel de R$ 25 mil e não comporta todos os alunos

“Queremos chamar atenção da comunidade para a restauração do prédio. Já temos uma promessa de reforma, mas queremos celeridade nesse processo. A escola tem um valor histórico para o estado e isso precisa ser preservado”, ressaltou a diretora do Barão, Euclélia Cunha.

Atualmente, a escola possui 45 professores para 550 alunos do 6º ao 8º ano e educação especial, além de um aluguel mensal de R$ 25 mil pelo prédio que fica na Avenida Iracema Carvão Nunes e já não comporta toda a demanda. A transferência de endereço ocorreu em dezembro de 2013.

Mesmo com bolo e "parabéns pra você", sensação era de tristeza e abandono

Mesmo com bolo e “parabéns pra você”, sensação era de tristeza e abandono

“Era bem melhor estudar no outro prédio. Apesar de antigo, as salas eram mais espaçosas, mais arejadas e tínhamos quadra coberta. Diferente daqui. Além disso, nós alunos temos orgulho de estudar na primeira escola do estado”, destacou o estudante Tiago Tavares, de 14 anos, que estuda há 5 anos no Barão.

Laboratório abandonado dentro do prédio original. História debaixo de pó

Laboratório abandonado dentro do prédio original. História debaixo de pó

O aniversário lembrou a estrutura fragilizada do antigo prédio, como paredes rachadas, laboratórios abandonados e o mato crescendo no entorno do prédio. “O Barão está sendo descartado da sociedade. O prédio está em ruínas. Isso está errado. Queremos nossa escola bem cuidada e preservada. Uma escola que formou tanta gente não pode ficar assim”, comentou a aluna da escola, Daniela Macedo, de 14 anos.

Segundo a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinf), o projeto de revitalização e reforma da escola está pronto, mas ainda não há orçamento para realizar licitação. No ano que vem, no aniversário de 70 anos, é bem provável que a primeira escola de Macapá ainda esteja encoberta pela poeira do esquecimento.

Mato toma conta de tudo

Mato toma conta de tudo no prédio. Mesmo assim alunos dizem que aí era melhor. Fotos: Arquivo

Seles Nafes
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