O advogado do médico Alexandre Dahmer, acusado de manter um “zoológico” particular de animais silvestres numa propriedade, no município de Amapá (380 quilômetros de Macapá), negou que seu cliente fosse um colecionador de animais. O advogado Luiz Rocha disse que seu cliente na verdade fazia o “resgate” dos animais por ser um “ativista ambiental”.
Rocha disse que o médico não recebia os animais em troca de atendimento. Os animais teriam sido resgatados de moradores que praticam caça predatória. “As araras encontradas com as asas quebradas são exemplo disso, visto que foram resgatadas após sofreram maus tratos”, assegurou.
Sobre o fato de nunca ter comunicado autoridades ambientais sobre os supostos resgates, o advogado disse que o médico teria tentado isso várias vezes, mas o Batalhão Ambiental não existe no município de Amapá e nenhum outro órgão ambiental municipal teria se interessado pelo caso.
Mesmo assim, o advogado diz que o médico reconheceu que deveria ter acionado o comando do Batalhão Ambiental ou o Ibama. “Ele se defenderá administrativamente e penalmente, assim que eu tiver acesso aos autos. Reforçando que ele não recebia os animais em troca de consultas. Essa acusação é grave, e meu cliente nega veementemente”, ressaltou.
Na última quinta-feira, 9, fiscais do Ibama encontraram na propriedade do médico mais de 40 animais, entre macacos, aves, anta, quelônios e até dois jacarés mortos. Os primeiros exames indicaram que os animais não tem condições de serem devolvidos para a natureza. “Precisarão ser encaminhados a um parque conservacionista ou zoológico”, explicou o superintendente do Ibama, César Luiz. O médico foi multado e será denunciado por tráfico de animais silvestres.
Alexandre Dhamer é do Rio Grande do Sul, e chegou ao município de Amapá há cerca de 1 ano e meio, encaminhado pelo programa “Mais Médicos”, do governo federal.