Enquanto começa a haver um entendimento entre o Governo do Estado e os professores, a executiva municipal do Sinsepeap parece estar longe de um acordo com a prefeitura de Macapá. Na manhã desta quarta-feira, 22, a categoria, que continua em greve, fez um protesto em frente ao prédio da prefeitura de Macapá para ratificar que rejeita a proposta de 4%. A classe pede um reajuste de 13,1% no piso, mas a gestão municipal alega não ter caixa para bancar o percentual.
A decisão de não aceitar a proposta saiu de uma assembleia da categoria realizada na última segunda-feira, 20. “Não abrimos mão desse percentual (13%). Essa proposta de 4% é a mesma do ano passado e não aceitamos essa justificativa que falta recurso”, frisou o presidente da executiva municipal do Sinsepeap, Ailton Costa.
O reajuste do piso foi determinado pelo Ministério da Educação em janeiro deste ano, mas prefeitura de Macapá alega falta de receita para cumprir. De acordo com a Secretaria Municipal de Administração, Macapá não possui orçamento para um reajuste acima de 4%.
“Nós fizemos vários estudos, incluindo, o impacto orçamentário e as perspectivas não são favoráveis. Esse percentual é o que podemos pagar, temos cuidado com os números, mas essa é a nossa realidade”, destacou o titular da pasta, Carlos Michel Miranda.
Atualmente, Macapá tem uma folha de pagamento de R$ 12 milhões para a educação, o dobro do que era gasto em 2012. Desse total, 96% seriam utilizados para pagamento dos servidores, o restante vai para manutenção das escolas.
“Entendemos que a manifestação é legitima, mas esse é o nosso limite. Estamos trabalhando no limite”, justificou o secretário.
Para o Sinsepeap, a proposta pode, sim, ser revista pelo poder municipal. “Temos professores que ganham menos de dois mil reais para dar aula em dois turnos. Isso não é certo”, ressaltou Ailton. A categoria ainda reivindica por concurso público e construção de escolas.
Segundo a prefeitura de Macapá, ainda nesta semana uma reunião irá definir as diretrizes da negociação, mas sem previsão favorável para ambas as partes. A mesa de negociação é composta pelas secretarias de Administração, Educação, Planejamento, Fazenda, Finanças e de Governadoria.
A categoria está paralisada há 8 dias. A última greve ocorreu em 2011.