A população do município de Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá, tem motivos de sobra para ficar de olho no rio e nos céus. Os moradores não lembram de ter chovido tanto na região como nas últimas semanas. E o medo da cidade ficar isolada é justificado. Os meteorologistas dizem há um mês chove sem parar na cabeceira do Rio Oiapoque, e as ruas da sede do município já começaram a ser invadidas pelas águas.
O transbordamento do rio fez desaparecer a ponte do Cassiporé, a cerca de 100 quilômetros de Oiapoque. Só veículos grandes estão passando.
Segundo os meteorologistas, desde o dia 9 de abril chove ininterruptamente na cabeceira do Rio Oiapoque. Tem chovido todos os dias entre 50 e 100 milímetros e pode continuar assim durante todo o mês de maio.
“De sexta para sábado (1º e 2 de maio) choveu 131 milímetros no local onde houve o desmoronamento na BR-156. A chuva começou às 9 horas da sexta-feira e parou um pouco ao meio-dia do sábado”, informou o meteorologista Jeferson Vilhena, do Instituto de Hidrometeorologia do Iepa.
Fotos enviadas por moradores mostram ruas sendo tomadas pela água na sede de Oiapoque e na Vila Brasil, comunidade com aproximadamente 600 habitantes. Na sede do município 200 pessoas já foram afetadas, e algumas começaram a receber atendimento social como remoção de móveis e distribuição de cestas básicas da prefeitura.
Apesar de algumas ruas alagadas, até a noite de segunda-feira, 4, não havia notícias de famílias desabrigadas, mas isso pode ser uma questão de tempo, ou melhor, de horas.