No mês de abril o Amapá foi destaque entre os Estados com maior variação do número de consumidores inadimplentes em todo país. A alta foi de 13,20% em relação ao mesmo período do ano passado. O desemprego é apontado como o responsável por essa crise no comércio. Hoje o Amapá tem um déficit de cerca de 30 mil postos de trabalho.
O Amapá ficou atrás apenas do Maranhão que apresentou uma taxa de 13,21%. Os dados são do indicador mensal de inadimplência regional calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Amapá (CDL/AP) Marcos Cardoso, destacou que o grande vilão dessa inadimplência é desemprego. Segundo ele, hoje o Amapá precisaria ter uma oferta de pelo menos 30 mil empregos para começar a enfrentar a crise.
“Ninguém pensa em ficar desempregado. Mas quando o trabalhador fica sem emprego não tem mais como pagar suas dívidas e isso gera o crescimento da inadimplência”, destacou Cardoso.
O presidente da CDL enfatiza que o consumidor precisa ter consciência da sua capacidade de endividamento. Numa época como essa, continua o Cardoso, o trabalhador precisa medir muito bem o que fazer com o seu dinheiro.
“A crise econômica atinge o Brasil inteiro e o Amapá não poderia ficar de fora. O Estado tem reduzido sua arrecadação a cada mês. E agora, com os cortes que o governo federal está fazendo, o dinheiro das emendas parlamentares vão ficar menores. Ou seja, hoje o Estado está no seu limite. E isso reflete em toda a economia”, avalia o presidente.
Dentre os cinco estados que registraram o maior crescimento da inadimplência, dois são da região Nordeste – Maranhão (13,21%) e Rio Grande do Norte (11,70%) – dois são da região Norte – Amapá (13,20%) e Acre (12,42%) ,– e um é da região Sul – Paraná (12,74%).
Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Luiza Rodrigues, os dados sobre a inadimplência do último mês continuam refletindo as condições menos favoráveis da atividade econômica nacional, impactada negativamente pela elevação da inflação, pelo aperto monetário e pelo crescimento moderado da massa salarial.