O Amapá vem recebendo em número reduzido o soro contra veneno de cobras, que é distribuído pelo Ministério da Saúde. A redução se deu porque os laboratórios que produzem os antídotos estão em processo de adequação às boas práticas de fabricação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
De acordo com o Programa Estadual de Imunizações, em abril foram solicitadas 400 ampolas do soro contra veneno de jararaca, mas foram atendidas apenas 150. Também foram pedidas 150 ampolas do soro contra picada de cascavel, mas foram atendidas apenas 50. O pior foi o pedido contra o veneno de surucucu, que das 70 ampolas solicitadas nenhuma foi enviada.
A técnica do Programa de Imunizações, Janaina Leite, explica que a produção se tornou mais criteriosa para garantir o controle de qualidade dos soros. Segundo ela, o tempo de fabricação das doses – aproximadamente 22 meses – é outro fator que dificulta regularizar a distribuição.
“O Amapá ainda não teve a notificação de nenhum caso que deixou de ser atendido por falta de soro, porque a Região Norte é prioridade na distribuição do antiveneno, devido aos índices de picadas de animais peçonhentos”, disse a técnica. Ela destacou que esse problema existe desde 2013 em todo país, sendo que alguns estados estão há meses sem receber esses antídotos.
Por conta disso a Secretaria de Estado da Saúde vem utilizando de forma racional os antivenenos, até porque nem todos os casos de picadas de animais peçonhentos necessitam de soroterapia.
O Ministério da Saúde adquire toda a produção de antivenenos em quatro laboratórios nacionais (Instituto Butantan, Instituto Vital Brazil, Fundação Ezequiel Dias e Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos). Os soros são a forma mais eficaz de neutralização da peçonha do animal causador do acidente. No Amapá, os mais pedidos são contra o veneno da cobra jararaca, também conhecida como comboia.
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