Humberto Baía, de Oiapoque
Representantes da Associação Comercial de Oiapoque se reuniram com membros do Ministério Público do Estado para pedir apoio no problema que mais afeta a economia da cidade, o racionamento de energia. Uma liminar que continua em vigor obriga a CEA a fornecer energia sem interrupção.
A empresa que administra os grupos geradores a serviço da CEA tem capacidade de armazenar combustível para apenas 5 dias de geração. Se houver atraso no reabastecimento, é muito provável que haja desligamentos programados para economizar combustível, como está ocorrendo agora.
O comércio de alimentos é o que mais sofre com o racionamento, porque é difícil garantir a conservação de frango, carne, leite e outros derivados. A hotelaria também amarga prejuízos com a baixa procura de turistas, especialmente os franceses. Por mais que os visitantes europeus desejem conhecer a floresta amazônica do lado brasileiro, à noite eles também querem ar condicionado.
Além disso, sem energia os bancos não funcionam, a internet para, e os telefones ficam mudos. Também não é possível agendar hospedagem e muito menos passar o cartão de magnético nas maquininhas de crédito e débito.
A Associação Comercial de Oiapoque já tinha ingressado com uma ação judicial e conseguiu liminar. “A CEA tem que garantir o fornecimento, sob pena de pagar multa diária pela interrupção”, diz o presidente da entidade, Joacy Rabelo. O MP ficou de notificar os representantes da CEA.
Na semana passada, centenas de pessoas foram para as ruas no maior protesto já realizado até agora contra o racionamento.