Autoridades da Guiana Francesa estiveram nesta segunda-feira, 29, na Assembleia Legislativa para explicar como vai funcionar o Acordo Tranfronteiriço com o Brasil. O diálogo entre os países ocorre desde 2008 e prevê ações de investimento no Amapá, na Guiana Francesa e no Suriname. O investimento chega a 300 milhões de euros.
“Nosso objetivo é apresentar para a Amazônia o projeto da convenção firmada entre o Amapá e a Guiana. Queremos promover o intercâmbio nas áreas de comércio, educação e saúde, visando aumentar a circulação de pessoas daqui pra lá e vice-versa. Tudo de forma sustentável”, explicou o cônsul da França no Brasil, Alain Crais . Os deputados amapaenses apontaram o Parque Zoobotânico de Macapá como um dos alvos de investimento.
Também foram abordados assuntos importantes como a conclusão do acordo para o transporte rodoviário internacional, que inclui a abertura da ponte binacional que está pronta. Em 2011, foi entregue às autoridades francesas uma contraproposta sobre o assunto, ressalvando a necessidade de negociação dos dispositivos referentes a seguros, que é um dos pré-requisitos para estabelecer um corredor comercial no Platô das Guianas.
Entretanto, alguns temas de ordem mais técnica esbarram nas leis dos dois países, cuja discussão é de competência do Itamaraty e do corpo de diplomacia da França. Por isso, os representantes franceses explicaram apenas o foco dos investimentos.
“O acordo é muito importante neste momento de crise. São mais de 300 milhões de euros, e parte disso ser aplicados no Amapá. No domingo, 28, a comitiva francesa visitou o Parque Zoobotânico e mostrou grande interesse em investir e revitalizar esse espaço. Já existe um projeto pronto, o que vai facilitar o acordo de revitalização”, destacou o deputado Paulo Lemos.
O Acordo Transfronteiriço entre os dois países prevê ações relacionadas a banda larga, andamento das obras de acesso à ponte binacional, energia, serviços postais, pesca, migração, cooperação policial, combate às drogas, combate aos garimpos ilegais, tecnologia, pesquisa, meio ambiente, cooperação científica, ensino recíproco dos idiomas nacionais, escolas binacionais, cooperação cultural, combate à mosca da carambola, entre outros.
A próxima reunião será em outubro em Brasília. A proposta é que até lá tudo seja concluído e entregue a presidente Dilma Rousseff para análise final.