Motoristas e cobradores de ônibus de Macapá decidiram em assembleia geral que no próximo dia 16 iniciam uma paralisação por tempo indeterminado. Só que o movimento está dividido. Uma parte dissidente negocia paralelamente com o Sindicato das Empresas de Transportes Públicos (Setap), o que pode reduzir o impacto de uma possível paralisação.
Há cerca de 10 dias, um grupo de rodoviários que faz oposição ao movimento sindical reuniu com representantes do Setap na tentativa de chegar a um acordo. Esse grupo aceita os 9% oferecidos pelas empresas de ônibus.
Na última segunda-feira, 8, o presidente do Sindicato dos Rodoviários (Sincotrap), Genival Cruz, foi até a Assembleia Legislativa e trocou farpas com o deputado estadual Pedro da Lua (PSC). Assim como o Setap, o parlamentar também afirma que o movimento é político, principalmente porque Cruz é filiado ao PSTU e já foi candidato a cargos majoritários várias vezes.
A CTMac foi comunicada oficialmente sobre a greve nesta terça-feira, 9. A presidente da companhia, Cristina Badinni, disse que vai chamar os dois sindicatos para uma tentativa de diálogo.
“Eu até acho seria melhor as empresas concederem agora esse reajuste, porque existe uma ação judicial sobre a tarifa e já foi nomeado até um perito de Manaus para analisar as planilhas de custos das empresas. Quando o perito for analisar, já constará a data base da categoria que foi maio”, comentou a presidente.
As empresas alegam dificuldades para encaixar qualquer reajuste, enquanto não houver o reajuste tarifário. Em Macapá, a passagem de ônibus está congelada há 4 anos, e há 15 anos o valor é decidido pela Justiça.
No dia 30 de abril, as empresas chegaram a conseguir um aumento de R$ 2,10 para R$ 2,30, mas a liminar foi suspensa pelo Tribunal de Justiça cinco dias depois.
A frota de Macapá é composta por pouco mais de 200 ônibus que atendem a mais de 2 milhões de usuários por mês.