Humberto Baía, de Oiapoque – Lideranças se reuniram na tarde desta quinta-feira, 12, para tratar dos últimos preparativos antes da grande manifestação de amanhã dos povos indígenas do Oiapoque. Os índios vão para as ruas da cidade num ato público contra o desamparo do poder público, e principalmente, contra a violência. Dois índios foram assassinados este ano na região.
A concentração da manifestação está marcada para às 9 horas da manhã, em frente ao prédio da Fundação Nacional do Índio (Funai). A caminhada seguirá pelas ruas da cidade até o quartel da Polícia Militar na BR 156.
A ideia é conseguir a adesão da população de Oiapoque na manifestação. Os índios precisam grupos geradores para as aldeias e querem mais investimentos em saúde e educação. Mas o foco principal da manifestação será a violência.
Na madrugada da última segunda-feira, 8, o policial militar Ted Wilson, matou com um tiro o soldado indígena do Exército Romário Getúlio dos Santos. O PM está preso. Há um mês, depois de uma bebedeira, uma mulher matou com uma facada outro indígena. As duas vítimas eram da aldeia Kumarumã, comunidade que fica a 200 quilômetros da sede de Oiaoque.
“Os índios estão morrendo e a violência só cresce. É preciso um basta”, sentencia o cacique Sérgio dos Santos.
As lideranças se reuniram com o grupo Acorda Oiapoque, a ONG que em maio levou centenas de moradores para as ruas de Oiapoque num protesto contra o racionamento de energia
Estima-se que 7 mil índios habitem a bacia do Rio Oiapoque divididos em 39 aldeias de quatro etnias: os Palikur, Galibi Kalinana, Karipuna e Galibi-Maruorno.