Os agentes do Centro Socioeducativo de Internação Masculina (Cesein) não param de se surpreender com os objetos que são atirados pelo muro endereçados aos internos. Na noite passada, 14, as chamadas “barcas” tinham celulares, fumo e até doces de caramelo e goiabada. Os agentes dizem que esses guloseimas são as preferidas para combater a “larica”, sensação de fome que surge após o consumo de drogas.
Por volta das 21 horas, um agente que fazia a ronda atrás do bloco 3 flagrou um interno falando ao celular. Ele se negou a entregar o aparelho, e disse: “não vai ser meu, nem seu”, atirando o telefone contra o chão. O celular ficou em pedaços.
Dez minutos depois, em nova ronda, um agente flagrou um interno tentando resgatar com o auxílio de um gancho outra “barca” que havia acabado de ser atirada do Conjunto Mucajá. Era outro celular.
Por volta das 21h30min, os agentes que revistavam um alojamento ouviram outro barulho; algo havia sido sido arremessado e batido na parede do bloco 1. “Ao verificarmos contatamos se tratar de uma barca contendo tabaco (Trevo) e três porções de substâncias, possivelmente maconha”, narrou um agente.
Na mesma barca havia goiabada, creme de leite e bombons de caramelo. “Pra satisfazer a famosa larica após o uso de drogas”, explicou o agente.
O Cesein vem organizando um mutirão jurídico para tentar reduzir a superlotação do centro. Na terça-feira, 10 internos voltaram para casa. Ou pelo menos essa era a intenção.
O mutirão vai se estender ao longo dessa semana. Mas os agentes continuam reclamando da baixa quantidade de funcionários para cuidar da segurança. A categoria quer a realização de concurso público.