Editorial: O inferno astral da CEA; mas há uma luz no fim do túnel

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A Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) passa por um inferno astral diante da opinião pública. E não é para menos. Os desligamentos e as oscilações constantes em todo o Estado irritam a população e causam prejuízos como a queima de eletrodomésticos. Por outro lado, equipes da companhia se desdobram como nunca para reformar a rede de distribuição que não recebia investimentos havia anos. Na capital, os desligamentos programados irão continuar, e a Zona Oeste, de novo, vai ficar sem energia no próximo domingo, 25.

O trabalho deste domingo será a troca de carga entre alimentadores. “Vamos mudar a carga de um alimentador para outro novo, o Alvorada, que está bem leve porque tem pouca carga nele”, explica o diretor de Operações da CEA, Luiz Eugênio.

CEA diz que em 2 anos o sistema será confiável. Fotos: Seles Nafes

CEA diz que em 2 anos o sistema será confiável. Fotos: Seles Nafes

Na verdade, esse trabalho de mudança de carga começou há mais de um mês, e é complexo e arriscado. Quem passa pela Avenida Padre Júlio Maria Lombaerd, próximo ao quartel do Exército, se acostumou a ver operários pendurados na rede ou içados há mais de 15 metros do chão.

No domingo, ocorrerá o procedimento final, que é o lançamento de cabos, operação que exigirá que os alimentadores não estejam energizados. A previsão inicial é que bairros como Alvorada, Cabralzinho, Marabaixo e Coração, fiquem sem energia das 8 horas ao meio-dia. Ou seja, mais uma manhã de folga no calor.

Só que esse transtorno só valerá mesmo a pena se realmente for um dos últimos. A Zona Oeste é uma das regiões da capital que mais sofre com os apagões e oscilações. Na semana passada, foram 15 desligamentos em menos de 24 horas, desta vez por culpa da Eletronorte, que numa barbeiragem reduziu para 400 ampares a carga que vai para o alimentador do Marabaixo, quando a demanda real pede 100 amperes a mais.

O Amapá já está interligado ao Linhão de Tucuruí, mas, ao que tudo indica, essa é apenas uma parte da solução para um dos problemas estruturantes mais antigos do Estado.

Este foi um ano literalmente negro para boa parte do Estado. Pracuúba e Cutias tiveram vários blecautes, sem falar do racionamento em Oiapoque e Laranjal do Jari causados por dificuldades no transporte de óleo diesel para a geração térmica.

Por outro lado, a conta de energia ficou mais cara, e nossa capital está cada vez menos iluminada nas ruas. Na verdade, Macapá é uma cidade escura. Uma pena. 

Mas há uma luz no fim do túnel. A CEA diz que em 2 anos o sistema do Amapá finalmente será confiável. Calejado (e suado), o amapaense torce, mas no fundo tem motivos para duvidar.

Seles Nafes
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