Aos 43 anos, o advogado, mestre em Direito Ambiental e professor universitário Odair Freitas, surge como possível primeiro nome à sucessão do prefeito de Santana, Robson Rocha (PP). Mais que isso. Odair, que é marido da deputada federal Marcivânia Flexa, pode vir a representar a segunda tentativa do PT de voltar ao comando do segundo município mais populoso do Estado após dois mandatos de Antônio Nogueira na década passada. Mas ao mesmo tempo em que o PT discute essa possibilidade, Marcivânia Flexa ainda pode ser a candidata do partido.
Odair Freitas confirma a intenção de disputar a eleição, apesar de saber da missão nada fácil que é conseguir apoio dentro do próprio partido, hoje dividido em 5 correntes diferentes no município de Santana.
Odair conversou com o Site SelesNafes.Com sobre a gestão de Antônio Nogueira, avaliou a gestão do desafeto político Robson Rocha, e ponderou sobre os fatores que podem ou não viabilizar uma possível candidatura dele.
Se não houver uma consolidação de seu nome, é muito provável que o PT lance a esposa Marcivânia, que na verdade é a maior expressão do partido em Santana.
Sobre um possível interesse de Marcivânia no Senado, daqui a 3 anos e meio, Odair descartou essa possibilidade, pelo menos por enquanto.
SelesNafes.Com: O PT vai ter mesmo candidato em Santana? O senhor seria esse nome?
Odair: Estamos discutindo a melhor forma de propor isso internamente para que a gente tenha a melhor condição de disputar e administrar a cidade que está numa situação de terra arrasada. O próximo prefeito vai assumir a cidade numa condição muito difícil, de inadimplência. Na gestão do PT, Santana avançou muito….
Por exemplo?
Em urbanização, setor administrativo, educação. Havia um projeto de cidade.
Mas o então prefeito Antônio Nogueira teve recurso federal pra isso…
Teve. Eu diria que foi a administração que mais soube captar recursos federais. Está entre as cinco cidades do Norte que mais conseguiram isso. De cada R$ 10 que eram investidos, R$ 2,50 vinham de convênios federais.
O senhor pode citar alguma obra deixada pelo PT?
Avenida Salvador Diniz, Avenida Santana, essas avenidas foram reestruturadas. Até o valor dos imóveis nessas vias subiu. Bairros como Remédios I e II foram reestruturados e não só com os bloquetes, mas com drenagem, calçamento, sinalização. A cidade em alguns lugares foi reestruturada.
Mas faltou muita coisa. O que não deu pra fazer?
Não deu tempo de melhorar o sistema de saúde, a UPA não foi concluída, assim como o Teatro Municipal. Poucas cidades tem um teatro, mas não conseguimos equipar o nosso. Hoje a situação é mais complicada. A cidade passa por maus momentos. Você vê atraso de pagamento, o município está inadimplente, deve a Previdência….
O prefeito atual diz que a culpa da situação econômica é da paralisação do setor mineral e da partilha injusta do ICMS feita pelo governo do Estado a partir da gestão passada.
Olha, é possível compensar essas quedas de receita com fundos como o Fundeb, FPM em negociações nacionais, emendas parlamentares que hoje são impositivas e individualmente cada parlamentar pode apresentar até R$ 17 milhões; tem o IPTU, mas faltam gestão, credibilidade e transparência. O cidadão está desestimulado de pagar impostos porque no posto de saúde não é bem atendido, na escola não tem merenda. Santana vinha crescendo num ritmo interessante, mas agora está em depressão. E ainda é preciso pressionar o governo do Estado a ajudar.
Depende de que o senhor ser candidato à prefeitura de Santana?
O grupo tem discutido e apelado para que eu seja candidato. Independentemente de ser marido e esposa, eu e Marcivânia, temos uma relação de confiança e um projeto político que ajudamos a construir para Santana. Temos a confiança que o meu nome reúne as condições técnicas ideais, mas se a candidata for a professora Marcivânia ela será com certeza a nova prefeita de Santana.
O Senado está nos planos da deputada?
Ela tem o perfil para assumir qualquer cargo, tem uma ótima imagem e o povo reconhece o trabalho dela. Mas essa possibilidade não está na nossa agenda de preocupações imediatas. A nossa prioridade é recuperar Santana. Ela não está abdicando de ser candidata. Se chegarmos a determinado momento e percebermos que não existem condições pro nosso nome, ela com certeza será a candidata.