André Silva –
Existem hoje em Macapá duas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal que estão abandonadas e viraram símbolos do desperdício de dinheiro público. São dois conjuntos habitacionais que começaram a ser construídos nos bairros Congós e Pedrinhas e não foram concluídos. De acordo com a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinf), só para a obra do Congós seriam necessários R$ 38 milhões para a conclusão, e o Estado não tem recursos disponíveis para esse investimento.
O conjunto do Bairro Congós, que deveria ter sido entregue em 2014, está sendo depredado por vândalos que furtam tudo o que podem. Os moradores das proximidades contam que marginais usam os prédios para consumo de drogas e esconderijo de objetos roubados. “Tem pessoas que passam aqui pela frente de casa com rolos de fios, portas, janelas. Tudo tirado daí das casas”, conta uma moradora que não quis se identificar.
Para reverter a situação, o governo do Estado vem fazendo articulações junto ao governo federal no sentido de migrar essas obras para o Programa Minha Casa Minha Vida, que tem recursos para esse fim. Mas o Estado não tem ideia de quando isso vai acontecer, ou seja, não existe previsão para a retomada dessas obras.
As pessoas que moram perto do conjunto no Congós estão assustadas com a onda de roubos. Segundo os moradores, bandidos se aproveitam da obra abandonada para promoverem assaltos e consumir drogas. O medo é tanto que as pessoas preferem o anonimato quando falam sobre o assunto.
“Eles nos ameaçam. Dizem que se nós falarmos alguma coisa eles tocam fogo na nossa casa. Esses bandidos ficam nessas casas abandonadas fumando droga e roubando. Já estamos cansados disso”, desabafa um morador. O local de mais incidência de assaltos fica localizado na Quinta Avenida esquina com Raimundo Antonio Machado.
A Seinf informou que não tinha conhecimento de que os prédios estão sem vigilância, e que ficou de enviar uma equipe ao local para verificar a situação.