Apesar de estar atolada em dívidas, a União dos Negros do Amapá (UNA) confirmou o Encontro dos Tambores deste ano. Segundo o presidente da entidade, Yuri Soledade, a festa está orçada em R$ 1,5 milhão, e a expectativa agora é quanto ao apoio do governo do Estado, um dos principais patrocinadores do evento.
O Encontro dos Tambores, maior evento da cultura negra do Estado, é comemorado todos anos pelas entidades que representam o povo negro amapaense. É uma oportunidade onde essas comunidade compartilham suas expressões características de cada uma. O encontro está previsto para acontecer entre os dias 14 e 25 de novembro.
“A UNA está mais que preparada para realizar esse evento. Já tivemos momentos mais complicados e mesmo assim realizamos a festa, como não fazer agora? Estamos fazendo a manutenção necessária no espaço preparando tudo para receber o público e as comunidades. Além disso, estamos aguardando o governo do Estrado para saber qual será sua contrapartida para a realização do evento. Este ano o Encontro dos Tambores terá um regulamento para as comunidades, coisa que nunca houve. As comunidades entravam atrasadas para se apresentar e outras nem vinham”, afirmou Yuri.
A situação da entidade é complicada. As dívidas chegam a mais de R$ 1,3 milhão. Segundo o presidente, a UNA está passando por um processo de regularização na Receita Federal e outros órgãos da área tributária. Só a dívida da entidade na Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) chega a R$ 470 mil e a energia está vindo de um gerador.
Ao longo desses anos, a UNA acumulou dívidas trabalhistas e deixou de prestar contas com o fisco, o que piorou sua situação.
“Existe um escritório de contabilidade que está acessando essas contas e negociando as dívidas. A festa vai gerar renda e pretendemos usar essa renda para pagarmos a primeira parcela da negociação”, disse Yuri.
Como a UNA está com o nome sujo na praça, Yuri terá que usar a entidade criada por gestões anteriores para receber recursos.
“Esta entidade esta limpa, sem dívidas, e pode acessar recursos. Ao que tudo indica faremos uso dela este ano, enquanto reestruturamos a UNA financeiramente”, explicou.
Apesar de tantos problemas, os prédios do Centro de Cultura passaram por reparos com a ajuda da comunidade que faz a doação de materiais de construção e mão de obra.