Faltando apenas dois meses para o Natal, pela primeira vez em muito tempo o comércio de Macapá não planeja contratar trabalhadores temporários. A previsão para este ano é que ocorra uma queda de 50% nesse tipo contratação em relação ao ano passado. Além disso, as vagas serão apenas para estagiários e técnicos em vendas.
Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Amapá (CDL), Marcos Cardoso, os principais responsáveis pela recessão são a alta do dólar e a crise política. No Amapá, os efeitos são bem mais fortes porque a economia depende do funcionalismo público, do comércio, setor de serviços e da indústria, que no caso do Amapá limita-se basicamente à construção civil.
Para piorar a situação, o setor mineral está praticamente paralisado e o repasse que o governo federal faz para os Estados tem sido reduzido, o que provocou demissões na própria máquina do governo elevando a taxa de desemprego no Estado.
“Nosso medo é que o governo não pague o décimo dos funcionários. Aí sim, a coisa ficaria pior. Os empresários estão recebendo currículos, mas estão esperando até o último minuto para contratar. Eles já informaram que vão priorizar as vagas para estagiários e pessoas com cursos de técnicas em vendas. Os custos com esse tipo de mão-de-obra é bem mais baixa”, explicou Cardoso.
A gerente de marketing de uma loja no Centro de Macapá, Michele Rodrigues, disse que as vendas vêm caindo a cada dia. “Nem as datas comemorativas, que eram a grande expectativa, estão nos dando o fôlego que precisamos. Este ano só vamos contratar se houver extrema necessidade. Na verdade, estamos demitindo”, afirmou.
Andando pelo centro comercial observam-se lojas com baixo movimento. No mesmo período do ano passado, elas já estavam todas enfeitadas para o Natal, e hoje ainda nem entraram no clima. Mas os empresários não desistem, apostam em promoções e ofertas para atrair clientes.