SELES NAFES –
Transformar garrafas peti em vassouras não chega a ser uma novidade, mas o que um curso na Expofeira está ensinando ultrapassa o que normalmente se costuma ver no Amapá quando o assunto é reaproveitamento. As famigeradas garrafas plásticas de refrigerante podem ser convertidas também em surpreendentes e belos acessórios femininos.
O curso está sendo ministrado pela Associação dos Protetores da Ecologia (Apraeco), uma ong sediada em São Paulo, convidada pelo Sebrae para participar da Expofeira deste ano. Segundo a coordenação do curso, apesar do resultado que espanta pela beleza, a técnica é bem simples.
“A primeira peça a gente ajuda a fazer e na segunda elas (as alunas) quase não perguntam. Aqui estamos ensinando a fazer bolsas com peti, mas também trabalhadores com vidro, pneus e outros objetos que podem ser reaproveitados”, garante Sandra Merônio, coordenadora do curso.
Como a matéria prima é farta e barata, a ideia é que o conhecimento possa ser usado de verdade na geração de renda, especialmente por mulheres em vulnerabilidade social.
Com mulheres mais independentes economicamente, é possível reduzir os casos em que elas acabam aceitando continuar a viver com companheiros agressores.
É assim que pensa a servidora do Centro de Referência em Atendimento à Mulher (Cram), Sandra Brito, que está fazendo o curso e pretende repassar o conhecimento para mulheres vítimas da violência que são atendidas no centro em Macapá.
“Acho que as mãos adestradas são as mesmas mãos que afagam. Temos que utilizar essas mãos também para gerar arte, renda e tirar da natureza essas garrafas que levam anos para se deteriorar”, defende ela.
Cerca de 30 mulheres participam da oficina que ensina a fazer bolsas, cestos para roupas sujas e até porta-retratos.