Pacientes da ala de traumatologia do Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hcal) fecharam os portões de acesso à unidade hospitalar no início da tarde desta quinta-feira, 5. Eles disseram que não aguentam mais esperar pelas cirurgias. A falta de medicamentos e materiais, segundo eles, é a causa da lentidão no atendimento. A Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) disse que uma nova licitação para a compra de materiais já foi aberta e em poucos dias tudo voltará ao normal.
Com os portões fechados, apenas ambulâncias e carros com pacientes graves estavam sendo liberados. Alguns desses pacientes aguardam por cirurgias há mais de um mês.
Marlon da Silva, 39 anos, que sofreu um acidente em uma fazenda no interior do Estado, conta que há mais de 30 dias aguarda por cirurgia, mas os médicos sempre adiam.
“Eles dizem que não tem previsão para realizar a cirurgia. Tem gente aguardando há mais de 90 dias aqui. Os médicos sempre marcam, mas são obrigados a adiar por falta de material. Eles nem olham mais pra gente de tanta vergonha”, afirmou Marlon.
A Sesa informou que um novo processo licitatório para compra de materiais já está em andamento. “O processo para a compra das placas para as cirurgias que estão em falta é muito complicado”, explicou a secretária Renilda Costa. Quanto aos medicamentos, a secretária afirmou que já está resolvido.
“Tem pacientes internados que as placas são custeadas pelo SUS. Mas tem outros que o governo tem que custear, e essas placas, chamadas placas bloqueadas, têm um custo muito alto. A mais barata custa R$ 4 mil e a mais cara R$ 29 mil. A Sesa está trabalhando nos termos de referência dessas placas para que o processo de licitação seja aberto, e até o fim de novembro essa situação seja resolvida”, disse a secretária.
Alguns pacientes se reuniram com a secretária para ouvir as explicações. A reunião durou aproximadamente 30 minutos. Após a reunião os portões foram liberados e os pacientes retornaram a seus leitos.