A Polícia Militar do Amapá cumpriu na manhã desta segunda-feira, 16, a ordem de reintegração de posse expedida pelo juiz federal João Bosco Soares ao longo de 4 quilômetros da Rodovia Norte/Sul. As famílias que estavam no local não resistiram à desocupação e apenas duas pessoas foram presas por desacato.
O Corpo de Bombeiro, Guarda Municipal e Polícia Federal deram apoio na operação. Foram usados tratores e caminhões para a desocupação que começou por volta das 6h. Alguns moradores até ensaiaram um princípio de resistência, mas quando se depararam com a quantidade de policiais acabaram recuando. A operação foi toda preparada pela PM. Ao todo 140 policiais foram usados para a operação.
“Nós tivemos conhecimento dessa reintegração de posse desde sexta-feira, e de lá pra cá temos preparado a tropa para essa operação que sabemos não ser fácil, pois se tratam de civis, pessoas idosas e crianças, por isso é importante todo um preparo”, explicou o tenente-coronel Gonçalves.
Algumas pessoas que faziam parte da ocupação se reuniram em frente a uma das entradas para decidir o que fazer. Havia barracos e estruturas em alvenarias prontas só esperando por paredes.
“Eu não tenho para onde ir. Para a casa do pai eu não vou voltar. Assim que derrubarem meu barraco vou me acorrentar em frente a Justiça Federal para reivindicar minha casa. Todos nós temos direito a uma moradia. Aqui existem pais e mães de família que agora não tem para onde ir”, disse Emerso Silveira, um dos líderes da ocupação. Ele recebeu voz de prisão da oficial de justiça.
A oficial Terezinha Leite disse que os invasores foram notificados, e segundo ela, após uma reunião dos moradores com o juiz João Bosco, o juiz expressou a importância da área para realização de projetos de moradia.
“Nós estivemos aqui três vezes notificando os moradores, todos tinham conhecimento da reintegração de posse. Não podemos deixar que essa ocupação de forma desordeira possa acontecer quando há projetos de habitação neste local. Esses terrenos estão destinados a moradias do programa Minha Casa, Minha vida e repartições públicas”, disse a oficial de justiça.
Há área estava ocupada há cerca de 3 meses por 450 famílias. Segundo o comandante da PM, coronel José Carlos Correa, algumas relataram que compraram lotes de outras pessoas.
Até o meio da manhã, as máquinas ainda derrubavam barracos. Além dos dois presos, nenhuma manifestação violenta foi registrada.