HUMBERTO BAÍA, DE OIAPOQUE –
Quase três décadas depois da transformação do Amapá em estado, os moradores de Oiapoque (a 600 quilômetros de Macapá) ainda sofrem com a falta de terras. Nos últimos anos a cidade registrou várias invasões, uma delas na área destinada a um conjunto do Programa Minha Casa, Minha Vida, que neste fim de semana teve cerca e muros derrubados.
A desocupação ocorreu numa parte do Bairro do Infraero, reclamado judicialmente pela Aeronáutica, onde vivem mais de 2 mil pessoas há mais de 10 anos.
O problema dessa e de outras invasões é sempre a ocupação para fins de especulação imobiliária. O que se vê na verdade é um mercado. Os posseiros invadem, fazem cercas e depois vendem a terceiros com maior poder aquisitivo que depois acabam valorizando a área.
No Bairro Infraero, desde 2012 existe uma determinação judicial proibindo novas construções além das que já existem no local, mas uma audiência publica promovida pela Justiça Federal no último dia 29 constatou que a área em litígio ainda é objeto de especulação imobiliária e intensa transformação. Na audiência ficou determinada a derrubada de novas cercas e muros.
Outra área em Oiapoque, que também já foi invadida diversas vezes, é Loteamento Florestal, destinada pela prefeitura de Oiapoque ao programa Minha Casa, Minha vida. O projeto foi lançado na última quarta-feira, 2, pela vice-prefeitura, Maria da Luz. Apesar do lançamento do projeto, a prefeitura ainda não informou quando as obras irão começar.
Na semana passada mais uma ordem de reintegração foi cumprida no Florestal, retirando do local os invasores.
João Raimundo, morador de Oiapoque, está na lista dos que poderão ser beneficiados com uma casa do governo federal junto com outras 50 famílias.
“Espero que não fique só na placa”, diz ele ainda esperançoso, referindo-se à demora no início das obras.