ANDRÉ SILVA –
A prestação de contas referentes às despesas da Semana da Consciência Negra aconteceu na tarde desta terça-feira, 29, na Biblioteca Elcy Lacerda, no Centro de Macapá, depois de uma série de denúncia e polêmicas nas redes sociais. Todas as comunidades e movimentos negros que participaram do evento no mês de novembro estiveram presentes e fizeram vários questionamentos, principalmente sobre os repasses financeiros que tinham direito e até hoje não receberam.
O Instituto Mocambo, que realizou uma caminhada, está com dívidas para sanar. O presidente da entidade, Paulo Axé, disse que os recursos não foram divididos corretamente.
“Nós fizemos a caminhada da consciência negra e não pagamos as despesas do evento, Agora as empresas que prestaram serviço para a caminhada estão me cobrando. Faltou melhor administração desses recursos. Uma comissão foi montada para administrar mas não deu certo”, disse Paulo Axé.
Segundo a Secretaria Extraordinária de Políticas para Afrodescendentes (Seafro), a prioridade dos pagamentos era das comunidades. Mas a comunidade de São João Matapi, por exemplo, recebeu um cheque sem fundos.
“Recebi o cheque, mas quando fui ao banco sacar não tinha fundos. Liguei para a Seafro e disseram que sairia no dia 10. Depois jogaram pro dia 20, e até agora nada”, disse Katiane Sousa, representante da comunidade.
A Seafro diz que a prestação de contas está sendo feita para esclarecer qualquer dúvidas que haja em relação a administração do recurso.
“O valor do convênio era de R$ 540 mil, mas infelizmente só foram repassados R$ 350 mil. Por isso algumas comunidades ficaram sem receber, mas nós já conversamos e elas vão ter que esperar. Vamos lutar para que esse dinheiro saia o quanto antes”, disse a secretária Núbia Sousa.
Segundo a secretária, o restante dos recursos está empenhado aguardando apenas a autorização para ser repassado.