REDAÇÃO –
O grupo que agora comanda a Assembleia Legislativa do Amapá prepara um novo e duro golpe contra o grupo do presidente afastado Moisés Souza (PSC). Desta vez, o colegiado articula nos bastidores a anulação da indicação de Michel JK (PSDB) para o Tribunal de Contas do Estado (TCE). A estratégia é que a mesa diretora apresente, inicialmente, um requerimento sustando o processo que referendou o nome de JK, o que já pode ocorrer na sessão desta segunda-feira, 14.
Michel JK foi a indicação do governo do Estado, a pedido da Alap, para ocupar a vaga deixada por Manoel Dias, que estava afastado por determinação do STJ e foi aposentado em outubro compulsoriamente por causa da idade, 70 anos.
A Assembleia fez os ritos de aprovação, mas a posse acabou não acontecendo por que o Ministério Público e o próprio TCE judicializaram a questão, alegando que JK não teria idoneidade moral para ser conselheiro de contas. O deputado foi condenado em primeira instância por recebimento irregular de R$ 700 mil em diárias. Ele recorre da decisão, e alega que só poderia ser impedido de assumir no TCE se a condenação tivesse ocorrido em última instância.
A articulação dos deputados tem jeito de presente de Natal para a família Gurgel, que agora possui uma bancada com seis deputados na Assembleia recém-filiados ao PMB (Partido da Mulher Brasileira).
“Não é demais lembrar que a indicação de JK foi uma rasteira dada por Moisés na família Gurgel, que tinha como certa a indicação da matriarca, Telma Gurgel, ex-deputada, para o Tribunal de Contas”, avalia uma fonte da Alap. O deputado federal Vinícius Gurgel (PR), filho de Telma, nem estaria mais interessado na vaga, mas apenas em retaliar.
Com uma possível saída de Michel JK do processo de sucessão no TCE, abrem-se novas perspectivas na Assembleia para ocupar a vaga, apesar de continuar sendo da cota do governo do Estado.
Bases
Além da sucessão no TCE, existem outras batalhas paralelas na Alap. Uma delas, pelo comando da Assembleia, deve ganhar mais um capítulo esta semana. Depois de Raimunda Beirão (PMB) e Mira Rocha (PTB), o grupo majoritário, que hoje tem 16 deputados, deve ganhar a adesão de Maria Góes (PDT), aconselhada pelo filho, o deputado federal Roberto Góes (PDT).
Luciana Gurgel (PHS) também mandou avisar que poderá interromper a licença maternidade só para fortalecer ainda mais o grupo majoritário.
A semana também terá novidades na investigação do contrato da Sigma com a Assembleia. O deputado Fabrício Furlan (PMB) vai anunciar quais serão os procedimentos de investigação do contrato que resultou em duas operações da Polícia Federal.