SELES NAFES
Evandro Luiz é jornalista com “J” maiúsculo, e não apenas por milhares de reportagens que produziu na televisão, muitas em situações arriscadas, especialmente em aventuras no interior do Estado. Mas pelo exemplo de perseverança e de entusiasmo pelo jornalismo, profissão que o fez faltar ao trabalho raríssimas vezes em 29 anos de Rede Amazônica.
Nesta sexta-feira, 29, em processo de aposentadoria, ele se despediu de amigos na redação da TV Amapá (afiliada da Rede Globo), usou seu computador pela última vez, recebeu homenagens, abraços, e se emocionou várias vezes. Vários colegas também foram às lágrimas. Foram muitos dias juntos.
Evandro Luiz é muito conhecido como “Barão”, porque era assim que ele próprio chamava os colegas. Sai de cena aos 63 anos, deixando um legado para o jornalismo do Amapá, e claro, saudades.
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Você tem ideia de quantas reportagens produziu em toda a sua carreira na Rede Amazônica?
EVANDRO LUIZ
Durante mais de 20 anos eu fiz 3 matérias todos os dias. São mais de 18 mil reportagens que me caracterizaram muito como repórter comunitário, porque eu ia muito pros bairros. Isso sem contar as reportagens especiais e os documentários.
Você deixou uma carreira promissora na Polícia Militar para estudar comunicação social. Valeu a pena?
Valeu, sim. São duas famílias que eu deixo: a polícia e o jornalismo da TV Amapá. Foi uma encruzilhada na minha vida onde eu fiz uma opção. Escolhi o que eu queria mais fazer. Não me arrependo, mas tenho a honra de ser da primeira turma de sargentos da PM e o primeiro jornalista formado da TV Amapá. Deixo bons amigos nas duas instituições.
Você descobriu que está com Parkinson há quanto tempo?
Há dois anos, mas tenho mantido sobre controle e agora terei mais tempo de me cuidar.
Vai fazer o que agora?
Rico não vou ficar mais, então vou cuidar da minha saúde e da minha família, além de viajar o máximo que eu puder. Não descarto a possibilidade de voltar a trabalhar de novo, mas se voltar não seria em nenhuma emissora de televisão. O fato é que esse futuro ainda vai depender muito do meu corpo. Se eu sentir que não vai dar, não vou forçar.