DA REDAÇÃO
Uma comitiva de representantes do Amapá discutiu com a superintendente da Zona Franca de Manaus (Suframa), Rebecca Garcia, a efetivação da Zona Franca Verde de Macapá e Santana. A principal pauta de discussões era a quantidade de matéria-prima da Amazônia que será usada na fabricação de produtos pelas indústrias que se instalarão no Estado.
O encontro ocorreu na última segunda-feira, 19, em Manaus, e reuniu o vice-governador do Estado, Papaléo Paes, o senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), além do prefeito de Macapá, Clécio Luiz (sem partido), secretários do setor econômico e técnicos ligados ao setor.
O que está em questão é predominância de matéria-prima a compor um produto fabricado na ZFV. Três critérios foram elaborados pela Suframa e apresentados à comitiva do Amapá. O primeiro diz que 50% da mercadoria final deverá ser composto de matéria prima regional. Um segundo prevê que algumas mercadorias poderão ter menos da metade.
Outra regra trata dos produtos que não se enquadram em nenhum dos critérios anteriores, mas que são mercadorias onde a matéria-prima amazônica é essencial para sua finalização, como, por exemplo, um hidratante de açaí, produto que poderá ser 90% composto por outras substâncias que não sejam o açaí.
Esses critérios estarão num projeto que será votado no próximo dia 26 de fevereiro pelo Conselho de Administração da Suframa. Os incentivos fiscais da ZFV são para a exploração de madeira, minério, raízes, essências e plantas da floresta amazônica, além de frutas, grãos e produtos de origem animal, como laticínios, pescado e carne vermelha, entre outros.
“Os critérios apresentados são flexíveis e abrangentes e permitem aproveitarmos o máximo possível das matérias-primas regionais”, avaliou o secretário de Planejamento do Amapá, Antônio Teles Júnior, que esteve na reunião.
“A regulamentação precisa passar pela reunião do CAS. Temos todas as ferramentas e condições para votarmos no dia 26 de fevereiro”, garantiu Rebecca Garcia.
O governo do Amapá anunciou também que pretende investir na infraestrutura de escoamento, energia e comunicação para viabilizar a operação das indústrias.
Depois da aprovação do projeto, será a vez de tratar da descentralização da Suframa para outros estados como Rondônia e Acre, que também serão ZFVs. O governo do Amapá e a prefeitura da capital saíram da reunião com a missão de localizar uma área de 20 mil metros quadrados onde a Suframa poderá se instalar no Amapá.
“A bancada do Amapá se comprometeu a ajudar na estruturação física da Suframa em Macapá, já que hoje a sede é alugada e bastante acanhada. Ou seja, além de mudar a denominação, é necessário garantir a infraestrutura, pessoal e capacidade de atuação descentralizada”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues, que articulou a reunião.