CÁSSIA LIMA
Um pequeno grupo de manifestantes organizado pelo Movimento Sem Terra no Amapá (MST) fez um ato público na manhã desta segunda-feira, 11, em frente ao prédio da Advocacia Geral da União (AGU), na Avenida FAB, no Centro de Macapá. O objetivo era reivindicar direitos sobre uma área conhecida como Fazenda Chaparral, às marges da Rodovia AP-70, na região do Curiaú. Segundo o movimento, a posse do terreno tinha sido dada a eles pelo próprio Incra.
“Essa área já havia sido dada pela União que, por meio do Incra, criou um assentamento para os sem terra. Na semana passada fomos indevidamente expulsos de lá por uma decisão judicial absurda. A posse da terra é nossa”, criticou o coordenador do Movimento Sem Terra no Amapá, Jairo Palheta.
Segundo o coordenador, 31 famílias já residiam e plantavam na área havia 9 meses. Dona Maria Coutinho disse que perdeu tudo em uma manhã.
“Eu morava com minha família que são 9 pessoas. Já estávamos criando galinha, plantando verduras e já havia poço. Saímos de casa pela manhã e quando voltamos não tinha nada. Hoje estou morando de favor na casa de um parente no Pacoval”, contou a sem terra de 39 anos.
Segundo o procurador geral da União, Utan Gaudino, a posse da área é da União, e já existe decisão sobre isso. Segundo o procurador, o empresário que se diz “dono da terra” também deverá ser retirado do local.
“Isso (despejo) foi um entendimento do juiz que quis realizar a posse e despejou primeiro eles, depois será o dito dono. Hoje queremos que tire todo mundo do local até que a situação da propriedade da terra seja decidida. Essa área é pra assentamento e será usada pra isso”, destacou.